Refazendo o mundo a golpes de bisturi - Por Mona Cholllet
O crescimento do setor de cirurgias plásticas – de 465% na última década – reflete uma tentativa de resolver a contradição entre os sonhos cada vez mais grandiosos alimentados pela mídia. Na primavera de 2007, falando ao telefone com dois banqueiros, em seu escritório na Universidade de Middlebury , em Vermont , Laurie Essig anunciou que os Estados Unidos estavam na iminência de uma crise grave. Seu conhecimento de economia era parco, mas seu campo de pesquisa em sociologia, a cirurgia estética, a colocava num lugar privilegiado para assistir ao que ela chama de “a crise subprime do corpo1”. Nos Estados Unidos, de fato, 85% dos procedimentos estéticos – não só cirurgia, mas também tratamentos a laser ou injeções – são pagos por empréstimos. Eles não requerem nenhuma contribuição mínima, como é o caso em todos os países, exceto México e Austrália . Essa situação se deve a duas medidas tomadas pelo presidente Ronald Reagan logo após sua ascensão à presidência em 1981: por um lado, ...