Decisão judicial traz à tona debate sobre a intolerância contra religiões de matriz africana – Por Natasha Pitts
Há alguns dias, a decisão polêmica do juiz Eugenio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro , causou indignação. Ao ser solicitado pelo Ministério Público Federal (MPF) para a retirada de vídeos da Internet com conteúdo ofensivo contra religiões de matriz africana, o magistrado negou o pedido com a justificativa de que candomblé e umbanda não seriam religiões, pois não têm os traços necessários (existência de um texto base, de estrutura hierárquica e de um deus a ser venerado) para serem caracterizadas como tal. A partir daí, ganharam força manifestações de apoio às religiões de terreiro e o clamor popular fez o juiz reconhecer que os cultos afros constituem, de fato, religiões. Contudo, a decisão pela não retirada dos vídeos foi mantida em nome da "liberdade de expressão”. O fato deu abertura a debates e questionamentos. Afinal, a decisão do magistrado pode ser compreendida como uma manifestação de intolerância religiosa? Por que negar direitos j...