Onde termina o extremismo religioso e começa a loucura? - Por Lúcia Müzell
A justiça francesa começou a julgar Alexandre Dhaussy, um homem de 24 anos que esfaqueou um militar em 2013 e insiste ter agido em nome de Alá. Mas a defesa sustenta que o jovem não é um terrorista, mas sim tem distúrbios mentais. Distinguir a linha tênue que separa os dois argumentos pode ser uma missão complexa até para os especialistas. Dhaussy foi analisado por um colegiado de sete psiquiatras e psicólogos que não conseguiram chegar a um consenso sobre a personalidade do acusado. Não raro, os autores de atentados simulam loucura quando confrontados à justiça e à perspectiva de uma pena severa. O contrário também é comum, diante da mediatização dos casos de terrorismo, o suspeito pode se sentir tentado a evocar um atentado apenas para atrair atenção. O psicanalista e professor de psicopatologia Patrick Amoyel estuda há anos essa complexa questão. Ele adverte que o primeiro desafio é se separar dos estereótipos. “Os que são mais perturbados da cabeça não são...