China, a vez dos sociólogos – Por António Caeiro
Considerada até há pouco tempo uma “disciplina burguesa”, a sociologia parece desempenhar hoje um papel central na vida académica e politica da China, proporcionando aos seus investigadores uma liberdade surpreendente. “Nos próximos trinta anos devemos libertar a sociedade das mãos do Estado, como fizemos com a economia durante os últimos trinta anos de reforma e abertura”, diz Shen Yuan, vice-director do Centro de Estudos da China Contemporânea da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Qinghua , em Pequim. Trata-se de uma das mais prestigiadas universidades chinesas, onde se formaram importantes membros da actual liderança chinesa, incluindo o secretário-geral do Partido Comunista e presidente da Republica, Hu Jintao, e o vice-presidente, Xi Jinping, apontado como o seu provável sucessor. O sociólogo francês Jean-Louis Rocca, professor na Qinghua, é peremptório: “ A liberdade de tom utilizada pelos sociólogos chineses põe em causa o que habitualmente se pensa no Oci...