Quando a política profana a religião – Por Helton Lenine
Uma das mais importantes conquistas democráticas no mundo contemporâneo é a separação entre religião e política. Não é que não tenham nada a ver, mas as relações políticas, sociais, cívicas não podem ser orientadas pelas opções religiosas. Os Estados democráticos são Estados laicos. Todos devem ser iguais diante das leis, sem influência das opções individuais – religiosas, sexuais, de diferenças étnicas, etc. “São diversas as opções de vida, mas deve-se ser iguais nos direitos como cidadãos”, diz Emir Sader, mestre em Filosofia Política e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Os Estados religiosos, sejam islâmicos, sionistas ou outros, fazem das diferenças religiosas elementos de discriminação política. Xiitas e sunitas têm direitos distintos, conforme a tendência dominante em países islâmicos. Judeus e árabes são pessoas com direitos totalmente distintos em Israel. Para dar apenas alguns dos exemplos mais conhecidos. Um Estado democrático,...