Os judeus de Lisboa - Por Isabel Faria
Atrás de um portão discreto, numa das artérias mais centrais d e Lisboa, a Sinagoga Shaaré Tikvá – Portas da Esperança – reflecte o gesto para o qual foi inaugurada em 1904, sem fachada para a rua, por ser proibido na época a visibilidade de um templo que não fosse de religião católica. Na arquitectura mesclada de elementos de origem romana, bizantina e romântica lê-se a marca de quem por ali passa. Coesa, discreta, influente e com origem diversa, assim se traça o perfil da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) , que este ano comemora o centenário de uma lei que só com a República reconheceu a associação do culto judaico. São poucos os judeus de Lisboa, cidade cheia de tradições, mas muitas as histórias que têm para contar. O GOSTO DE CANTAR Ana Araújo, 71 anos, cantora de ópera reformada, integrava o elenco do Teatro Nacional São Carlos , é agora guia da Sinagoga. Descobriu tarde a sua origem. Descende de uma família de criptojudeus, marranos da Covilhã, portugueses q...