Obra mostra importância da cultura africana na formação do povo brasileiro - Por Fernando Paulino Neto
No fatídico 17 de julho de 1950, depois da derrota para o Uruguai na final da Copa do Mundo , em pleno Maracanã, um homem com características de banto africano é supostamente confundido com o lateral Bigode, da seleção fracassada, e apanha até a morte na Rua Larga (atual Marechal Floriano) no centro do Rio de Janeiro. É o ponto de partida para o intelectual e artista Nei Lopes apresentar no romance: "Rio Negro, 50" o protagonismo do negro em um efervescente período de 10 anos, quando os descendentes dos escravos começaram a dar importância à sua cultura na formação do povo brasileiro. O linchamento do falso Bigode é assunto no fictício Café e Bar Rio Negro , localizado em algum lugar muito próximo à Avenida Rio Branco, o centro financeiro da cidade. O Rio Negro é a antítese da avenida que representa o status quo da sociedade carioca. Frequentado pela elite intelectual dos negros da cidade, o bar reúne os personagens através dos quais Nei Lopes desconstrói p...