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Mostrando postagens de novembro 29, 2015

Religião na Cidade - Por Paulo Mendes Pinto

Sendo das liberdades de que menos temos consciência, a liberdade de não ser identificado com religião alguma é dos avanços legais mais marcantes na nossa sociedade.  Depois de séculos e séculos onde a pertença religiosa podia significar quase imediata pena de morte, a liberdade que temos de não sermos questionados, sequer, sobre religião, é a mais directa marca dos traumas que as perseguições religiosas nos deixaram. De facto, é hoje uma garantia constitucional para o cidadão português a impossibilidade que o próprio Estado tem de obrigar alguém a responder sobre as suas convicções religiosas. Mais que uma liberdade de consciência, este direito que nos assiste é imagem da inviolabilidade de uma dimensão individual onde nada mais que o próprio tem o direito a se imiscuir. E se a liberdade de não ser catalogado em termos religiosos se pauta constitucionalmente por esta inviolabilidade, no quotidiano ela transporta-nos para vários campos muito interessantes, desde o da...