Extrema direita prega expulsão de muçulmanos nas ruas de Paris - Por Lúcia Müzell
Uma multidão invariavelmente branca, muito branca, irrompe o silêncio de uma manhã tranquila em Paris , feriado de 1º de maio. Numa sincronia quase militar, começa a reivindicar uma "França para os franceses", lembrar "nós, sim, estamos em casa", e destaca que não é "nem de direita, nem de esquerda, mas de Frente Nacional". Com o respaldo das urnas no primeiro turno das eleições presidenciais no país, é essa a mensagem que o partido da extrema direita pretende passar: entrou para ficar na política francesa, e não vai medir esforços para resgatar uma França homogênea e cristã que, há muitos anos, não existe mais. O Frente Nacional adotou uma nova embalagem, mas na essência pouca coisa mudou desde que Marine Le Pen assumiu a presidência do partido no lugar do pai, o lendário Jean-Marie Le Pen - que mesmo aposentado, responde até hoje na Justiça por ofensas racistas e antissemitas feitas no passado. Marine parece ter aprendido a lição, e se ce...