Peso político e poder de consumo impulsionam presença dos evangélicos na TV – Por Karina Kosicki Bellotti
O final dos anos 1980 e o início dos anos 1990 foram marcados pelo estranhamento em relação aos evangélicos por parte da grande imprensa e das grandes redes abertas, Globo, Manchete, SBT , em especial, após a compra da Rede Record por Edir Macedo, bispo e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus. Muitos se perguntavam quem era esse grupo e como ele havia alcançado essa visibilidade, num país até então majoritariamente católico. O sentido das coberturas era em geral ofensivo, de reportagens investigativas, com câmeras escondidas, entrevistas com dissidentes, retratando de forma negativa a relação entre alguns grupos de evangélicos (os chamados neopentecostais) e a arrecadação de dízimos e ofertas. Reportagens mostrando cultos da Universal em estádios, com sacos de dinheiro sendo abençoados, foram mostrados de forma demonizadora, sendo contrapostas a depoimentos de outros líderes religiosos que condenavam a prática, afirmando que isso não era cristianismo. O per...