Angola: muçulmanos denunciam destruição de mesquitas – Por Liliana Henriques
De acordo com António Pedro
Emous, certas mesquitas foram destruídas por não terem obtido autorização de
construção.
Certas vozes da comunidade
islâmica angolana têm vindo a público para denunciar restrições à sua liberdade
de culto no momento em que o governo tem conduzido nos últimos meses uma
auscultação aos líderes religiosos com vista a submeter ao parlamento possíveis
alterações à legislação sobre a liberdade religiosa em Angola.
Num país onde têm vindo a
multiplicar-se as igrejas, muitas continuam por oficializar. De acordo com o
Instituto de Assuntos Religiosos de Angola, existem ao todo 1200 igrejas e
congregações religiosas no país, mas apenas 83 são reconhecidas legalmente.
Em virtude da actual lei sobre a
liberdade religiosa, para uma seita ou religião ter existência legal, tem que
agregar pelo menos 100 mil fiéis. Contudo, depois de emendas, este texto poderia
reduzir esta fasquia mínima a 60 mil fiéis para o Estado reconhecer legalmente
uma congregação religiosa.
Todavia, neste cenário, o Islão
tem um estatuto específico: apesar da sua existência ser conhecida, a religião
muçulmana em Angola continua por registar legalmente. Ao confirmar que várias mesquitas
têm sido destruídas pelo país fora, António Pedro Emous, presidente do Centro
Islâmico de Documentação em Luanda, considera que obstáculos a nível político
contribuem para a ausência de legalização do Islão em Angola.
Favorável à proposta da redução
do número mínimo de fiéis para uma religião ser legalizada, este responsável
não deixa, contudo, de se mostrar crítico perante o surgimento de múltiplas
congregações no país.
Fonte: http://www.portugues.rfi.fr
Comentários