Eventos que Clio Recomenda: Exposição sobre a “Soberba”

Os Sete Pecados Mortais
de Jeroen van Aeken (1450-1516),
pseudônimo de Hieronymus Bosch.
Museu do Prado, Madrid
Começou a mostra sobre a “Soberba”, sexta da série de: "Ao Pio...Leitor: o pecado”, na Divisão de Obras-Raras, no dia 18 de fevereiro, na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Ela pode ser visitada das 10h às 16h. Já foram mostradas a luxúria, a gula, a preguiça, a inveja e a avareza desde dezembro de 2006. O próximo pecado será a ira, que começa no dia 28 de março. A exposição conta com 30 livros e folhetos com desenhos e fotografias dispostos em seis vitrines, dentre as quais duas traduções, uma das quais feita por Machado de Assis, em 1861, sobre a “Queda que as mulheres têm para os tolos” texto escrito na França por Victor Hénaux; a outra tradução é de João do Rio, feita em 1923, sobre “O retrato de Dorian Gray” único romance de Oscar Wilde. Há também “Senhora: perfil de mulher” escrito em 1875 por José de Alencar, “Le livre de quatre couleurs” escrito por Marquis Caraccioli em 1757, impressa em caracteres romanos e uma lei do governo português de 1749 “proibindo o luxo, escesso de trajes, carruagens, móveis e lutos, o uso da espada às pessoas de baixa condição”. Em todos as mostras, há a obra de Alexandrer Perrier, de 1724, proveniente da Real Bibliotheca de Portugal, chamada “Desengano dos peccadores necessario o todo genero de Pessoas, utilissimo aos Missionarios, e aos pregadores desenganados, que só desejão a salvação das Almas”, considerado um dos mais curiosos livros devocionais, publicados por missionários do Brasil.

Endereço:
Av Rio Branco 219, Rio de Janeiro CEP 20040-008
Tel [55] (21) 3095 3879 Fax [55] (21) 3095 3811
Site:
http://www.bn.br

Em Tempo:

A soberba é a tendência de um indivíduo para um modo de vida caracterizado por grandes despesas supérfluas e pelo gosto da ostentação e do prazer. Textos antigos já afirmavam que a identidade do ser humano se afirma pela sua propriedade privada. Seus bens são seu modo de existência pessoal e, em consequência, sua vida essencial. A vida no modo "ter" foi amplamente analisada por Eric Fromm (1987). Na busca de uma orientação e participação num grupo, como forma de diminuir as angústias da existência, as pessoas seguem as regras sociais dos grupos, que participam, ou gostariam de participar. Pode ser associada à luxúria, altivez e apresenta um certo nível de presunção exagerada para com bens materiais. Frequentemente um indivíduo com essas tendências também apresenta vaidade e arrogância, juntamente com orgulho demasiado pelas próprias capacidades e eventuais realizações, sempre associadas aos bens tangíveis, ao luxo. Sendo um dos sete pecados capitais. Estes, por sua vez, são uma classificação de vícios usada nos primeiros ensinamentos do Catolicismo para educar e proteger os seguidores crentes, de forma a compreender e controlar os instintos básicos. Não há registro dos sete pecados capitais na Bíblia. A Igreja Católica classificou e selecionou os pecados em dois tipos: os pecados que são perdoáveis sem a necessidade do sacramento da confissão, e os pecados capitais, merecedores de condenação. A partir de inícios do século XIV a popularidade dos sete pecados capitais entre artistas da época resultou numa popularização e mistura com a cultura humana no mundo inteiro. De acordo com o livro "Sacred Origins of Profound Things" ("Origens Sagradas de Coisas Profundas"), de Charles Panati, o teólogo e monge grego Evágrio do Ponto (345 – 399) teria escrito uma lista de oito crimes e "paixões" humanas, em ordem crescente de importância (ou gravidade): Gula, Luxúria, Avareza, Ira, Soberba, Vaidade, Preguiça. Para Evagrius, os pecados tornavam-se piores à medida em que tornassem a pessoa mais egocêntrica, com o orgulho sendo o supra-sumo dessa fixação do ser humano em relação a si mesmo. No final do século VI, o Papa Gregório reduziu a lista a sete itens, juntando "vaidade" ao "orgulho" e trocando "acedia" por "melancolia" e adicionando "inveja". Para fazer seu própria hierarquia, o pontífice colocou em ordem decrescente os pecados que mais ofendiam ao amor: Orgulho; Inveja; Ira; Melancolia; Avareza; Gula; Luxúria; Já para Tomás de Aquino, a gravidade dos pecados era de tamanha ordem que foi elaborada mais uma lista. No século XVII, a igreja substituiu "melancolia", por "preguiça". Atualmente aceita-se a seguinte lista: Vaidade; Inveja; Ira; Preguiça; Avareza; Gula; Luxúria. Os pecados são diretamente opostos às Sete Virtudes, que pregam o exato oposto dos Sete Pecados capitais inclusive servindo como salvação aos pecadores.


Fontes:
www.wikipedia.org
OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã: 2000 anos de tradição e reformas. São Paulo, VIDA, 2001.
Enciclopédia Católica - http://www.newadvent.org

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