Imigrantes japoneses se mantêm fiéis às tradições – por Mara Andrich



Por conta da fidelidade às tradições, os imigrantes japoneses mantiveram a maior parte de seus valores depois que chegaram ao Brasil.
Essa é uma das constatações de uma pesquisa realizada pela antropóloga e professora da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Sidinalva Maria Wawzyniak, para sua tese de doutorado.

A pesquisa, intitulada de “Histórias de Estrangeiros: Passos e Traços do Imigrante Japonês 1908-1970”, será publicada na semana que vem. A tese da professora partiu do pressuposto de que os imigrantes japoneses faziam uma rota característica no Brasil: de São Paulo para o norte do Paraná e, depois, para Curitiba. Segundo Sidinalva, a pesquisa não tentou verificar como foi a adaptação deles no País, mas sim, como eles conseguiram traduzir seus costumes para a realidade brasileira.

“A conclusão foi que os japoneses mantiveram as tradições, principalmente nas áreas de educação, família, trabalho e religião. Claro que muitos desses valores foram atualizados com a grande quantidade de informações, mas a essência, a estrutura, foi mantida e são realmente preservados”, disse a antropóloga. Segundo ela, manter essas tendências é uma característica do processo de imigração. “Conservar a identidade nativa significa estar ligado à terra natal, estar próximo mesmo que eu não retorne”, comenta. A religião é a área que se manteve mais fiel aos costumes depois da vinda dos japoneses ao Brasil. Segundo Sidinalva, essa característica não é tão acentuada no início do processo, por conta das dificuldades nos primeiros momentos de chegada. “Porém, tudo na cultura dos japoneses remete ao conceito do Divino, da contemplação. Então os conceitos religiosos foram os que mais se mantiveram”, disse. Assim como na religião, a área familiar é também bastante forte na cultura japonesa. “A cultura de valorizar mais os mais velhos, de eles serem cuidados pelos filhos mais velhos da família, independentemente da condição financeira, é bastante evidente e foi destacado”, completa. Sidinalva é professora de História Oriental e doutora em História.

Fonte: http://www.parana-online.com.br

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