Desde quinta-feira (1º de janeiro de 2009) está valendo as novas regras do Acordo Ortográfico em todo o Brasil.
A antecipação foi uma forma de demonstrar o apoio do portal às novas regras e colaborar para que os brasileiros se ambientem com o novo estilo de escrever. As novas regras entram em vigor no País a partir desta quinta-feira, mas a norma atual e a usada anteriormente poderão ser usadas e aceitas oficialmente até dezembro de 2012. A novidade chegará aos livros didáticos em 2010, quando todos deverão ser editados de acordo com a nova ortografia, com exceção de reposições e complementações de programas em curso.
Em 1990, a reforma ortográfica foi aprovada por representantes de sete países que falam Português – Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Em 2004, o Timor-Leste aderiu ao projeto dois anos após obter sua independência da Indonésia. Para entrar em vigor, o acordo precisava da ratificação de no mínimo três países, o que foi conseguido em 2006 com Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, enquanto o Parlamento de Portugal aprovou em maio deste ano. Em sessão solene na Academia Brasileira de Letras, no dia 29 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou os decretos que estabelecem um cronograma para a vigência do Acordo Ortográfico entre os países de Língua Portuguesa e orientam a sua adoção.
“O acordo tem, na verdade, uma importância maior do que pode parecer à primeira vista. E que, por isso mesmo, precisa ser divulgado e explicado com clareza ao cidadão comum deste País, para que todos compreendam sua pertinência e, sobretudo, seu significado estratégico no que diz respeito à cooperação entre os países lusófonos e à própria presença da língua portuguesa e das nossas literaturas no mundo”, declarou o presidente.Segundo o governo brasileiro, o acordo ampliará a cooperação internacional entre os oito países ao estabelecer uma grafia oficial única do idioma. A medida também deve facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre as nações e a divulgação mais abrangente da língua e da literatura. "Vamos incrementar, e muito, a circulação de obras literárias e artísticas, em geral, entre os nossos povos", afirmou Lula.
Um novo mercado
Defensores do Acordo afirmam que o mercado consumidor de leitores em todo o universo da lusofonia (países de língua portuguesa) irá crescer significativamente com a unificação. “A unificação da língua ajudará a ampliar o número de leitores e a produção de livros. E, claro, permitirá a circulação e o intercâmbio de obras impressas destinadas ao trabalho pedagógico”, diz o presidente da Comissão de Definição da Política de Ensino, Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa (Colip), ligada ao MEC, o linguista e escritor Godofredo de Oliveira Neto. A presidente da Câmara Brasileira de Livros (CBL), Rosely Boschini, recebeu bem a decisão da implantação da nova ortografia e acredita em uma nova possibilidade de mercado. Para ela, “a unificação da escrita vai fortalecer a política externa da língua portuguesa. Além disso, abrirá um novo mercado para as editoras brasileiras”.
O professor de linguística da Universidade de São Paulo (USP), Jorge Luis Fiorin, também acredita que o acordo irá trazer mudanças positivas para o País. “O acordo é um passo importante para o Brasil, no sentido de estabelecer uma nova possibilidade de difusão do português no mundo. O País irá se transformar em um exportador de material literário”.Veja as mudanças
* No caso do acento agudo, ele não será mais usado em palavra terminada em `eia` e `oia`. Ex: ideia, jiboia
* O acento circunflexo também sofrerá alterações. Não será mais usado nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbo ver, ler, dar e crer.
Ex: veem, leem, deem, crêem
* Também não será mais utilizado em palavras terminadas com o hiato 'oo'.
Ex: voo, enjôo
* A trema (¨) deixará de existir, a não ser em nomes próprios.
* No caso do hífen, ele não será mais usado quando o segundo elemento começar com `r` ou `s`. Essas letras deverão ser
duplicadas. Ex: contrarregra
* O hífen também não será mais utilizado caso o primeiro elemento termine com uma vogal diferente. Ex. Autoestrada
Fonte: http://educacao.ig.com.br
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