Diários de Viagem II - Messina











A expressão entre o mar e a montanha se encaixa perfeitamente à bela Messina, uma pequena cidade, ao sul da Sicília onde ocorreu o Encontro da Società Italiana di Storia delle Religioni, junto do European Association for the Study of Religions International Association for the History of Religions e a Nona EASR Conference and IAHR Special Conference La religione nella storia della cultura europea Religion in the History of European Culture. Fiquei os quatro dias da Conferência, tempo de sobra para andar pela ilha, e desvendar seus mistérios mais obscuros, como o transito que anda sozinho e não para nem mesmo ao maior engarrafamento. Uma mistura de impossibilidades e cotidiano de quem está acostumado a fazer o impossível.

Hoje Messina está em plena expansão e reconstrução e pronta para se tornar uma grande cidade universitária, com enormes investimentos nessa área.


Sobre Messina

A cidade de Messina se desenvolve como um anfiteatro aos pés do Monte Peloritani, ao interno e ao sul de uma enseada protegida por uma península aluvial em forma de foice (Península de San Ranieri, que acaba na ponta de San Leonardo), constituída por detritos trazidos pelas numerosas correntes de água torrencial costeiras e acumuladas pelas ondas marinhas, alargndo-se e ampliando-se em direção sul.

Fundada com o nome de Zancle (em grego Zánklpiattoe, foice, pela forma da península que cerrava o porto) pelos Calcideses de Cuma, de Nasso e de Eubea (725 a.C.), se desenvolveu rapidamente, fundando, por sua vez, as colônias de Mylái (Milazzo), no final do VIII século a.C. e ao início do VII, e de Imera, por volta de 648. Em 493 os prófugos, samos e mileses, refugiaram-se em Zancle e se apoderaram da cidade com o apoio de Anassila de Reggio. Logo depois Zancle caiu no domínio do próprio Anassila, que ao lugar dos Samos e dos Milesi ali refugiou numerosos messenos. A cidade assumiu então o nome de Messána ou Messpiatacuenpiattoe e assumiu um caráter dórico. Conseguiu conquistar, através de duras guerras, um alto grau de prosperidade até que foi destruída pelos Cartagineses em 396.
Reconstruída quase imediatamente por Dionisio o Velho de Siracusa, foi submetida sucessivamente a Dione, a Ippone, a Timoleonte e, por fim a Agatocle, que logo depois de sua morte caiu nas mãos dos Mamertini (288). Derrotados por Gerone II de Siracusa, por volta de 265, estes pediram ajuda aos romanos que libertaram a cidade do sucessivo assédio imposto por Gerone II e pelos Cartagineses. Tal conflito originou a primeira guerra púnica (264-241), ao final da qual Messana foi proclamada cidade livre e federada. Após o esplendor da cidade romana, continuou a ter grande importância aos bizantinos. Foi dominada pelos sarracenos (843) por dois séculos, até a chegada dos Normandos (1061). Daquele momento iniciou para Messina um período de prosperidade como empório comercial.
Quando a Sicília passou sob o domínio dos Svevi no final do XII séc., Messina rebelou-se diversas vezes com a finalidade de manter o seu livre desenvolvimento. Após ter tido uma parte notável nos Vespri sicilianos, a cidade foi assediada pelo rei da Sicília Carlo I d'Angiò (luglio-settembre 1282) que porém não conseguiu conquistá-la. No XIV séc. foi elevada a capital. Mas as amplas liberdades municipais da qual gozava Messina não eram vistas com bons olhos pelos espanhóis que tentaram então reprimi-las. Isto, provocou uma rebelião (1674); os messineses, ajudados pelo rei Luigi XIV que enviou uma frota sob o comando do capitão Duquesne, resistiram por quatro anos e capitularam apenas em 1678. Em seguida, Messina perdeu sua importância e, quando lentamente se erguia, foi golpeada por várias calamidades: em 1743 pela peste, e, em 1783 por um terremoto que a danificou. Messina foi duramente oprimida pelos Bourbon que ali fizeram um centro militar; participou dos movimentos de revoltas em 1820-1821 e de 1847-1848; em setembro de 1848 a cidade foi ocupada pelas tropas bourbônicas sob o comando de C. Filangieri depois de um forte bombardeio ordenado pelo rei Ferdinando II.
Apenas em julho de 1860 foi liberada pelas forças garibaldianas guiadas pelo general Giacomo Medici. Depois de ter sido gravemente atingida por um outro terremoto,1894, foi completamente destruída por aquele mais forte de 28 de dezembro de 1908. Reconstruída, sofreu graves danos com a II Guerra Mundial por causa dos fortes bombardeios aéreos e terrestres. Foi ocupada pelas tropas aliadas em 17 de agosto de 1943. Na zona das habitações, tentou-se uma reconstrução às bases das necrópolis descobertas e aos achados. Foi identificado um pequeno santuário, com cerâmicas do 'VIII ao VI séc. a.C. Uma estátua acéfala de Igea e outras obras de arte foram conservadas no Museu Nazionale. De grande interesse, também artístico, a série de moedas do V séc. a.C.
Apesar das destruições causadas pelos terremotos e pelos graves danos provocados pelos maciços bombardeamentos aéreos de 1943, Messina conserva uma boa parte de seus monumentos, mas é cada vez mais tenazmente reconstruída por causa dos terríveis eventos; o Duomo de tipo normando (1160), munido de torre campanária moderna, com relógio astronômico, obra dos irmãos estrasburgueses Ungerer (1933), e, a gótica igreja de San Francesco, com absides do XIII século. Outros edifícios foram restaurados, como a igreja da Annunziata dei Catalani (XII e XIII), jóia da arte árabe-normanda, com componentes bizantinas, a igreja de Santa Maria Alemanha (restos do XIII séc.). Notáveis são as fontes do 1500 de Netuno e de Orion, de G. A. Montorsoli, o monumento em bronze (1572) a don Giovanni da Áustria (o vencedor da batalha de Lepanto), o santuário de Montalto e o templo votivo do Cristo Rei.
O Museu nazional é rico de obras de arte recuperada pelas igrejas e conventos destruídos pelos terremotos: Políptico de san Gregorio de Antonello da Messina (1473), a Resurreição de Lazzaro e a Natividade do Caravaggio, esculturas de Francesco Laurana,escola dos Gagini. Os numerosos locais turísticos ao longo da costa (Taormina, a principal de todas) e, recentemente, as ilhas Eólias, atraem grandes fluxos de turistas italianos e estrangeiros.

Fonte: Elton-diários de viagem; prefeitura de Messina; Ministério da Itália

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