Diários de Viagem I – Pós-doutoramento e mochila na mão.








Espero apresentar aqui um pouco da alegria das descobertas que estou realizando no término do meu pós-doutoramento.

É uma rara oportunidade estudar e ainda conhecer lugares tão fascinantes quanto estes na Itália. Podemos afirmar que a própria Itália já é, em si, um pós-doutoramento em História e Religião. No meu primeiro dia fui para Catania, uma bela cidade, chamada por muitos de cidade das igrejas. Esta alcunha foi dada pela quantidade e pelo ar de velas e oferendas que os moradores postam aos pés de estátuas e portas de templos católicos medievais. Mas, Catania não é só passado. Existe juventude e alegria, porta de passagem para toda a Sicília, Catania é algo a se explorar com muito vagar e vigor.

Fiquei 40 horas em Catania, tempo suficiente para as fotos e visitas às igrejas, museus e locais de escavação. Porém, uma vida poderia ser gasta com tranqüilidade em toda a extensão para se conhecer um pouco dessa bela terra e povo. Fui para um albergue, coisas de quem não teve oportunidade nas “aventuras de adolescência”. Lá conheci pessoas de todas as nacionalidades, gente simpática e diversos viajantes profissionais (mochila nas costas, bicicleta e guias de viagem).

Tive muita sorte ao chegar em pleno festival de bandeiras, a XXVIII Parata Nazionale Della Bandieira - Campionato Italiano Sbandieratori. Um luxuoso momento onde a juventude participa com afinco, cada um defendendo as bandeiras de sua região. Este evento parou a cidade.

Um pouco sobre a história de Catania

Catania é uma cidade italiana da região da Sicília. Localizada à leste da ilha, junto ao monte Etna, fundada no século VIII a.C. pelos calcideses e depois conquistada pelos romanos em 263 a.C. No decorrer dos séculos, alternaram-se diversos povos como os ostrogodos, bizantinos, árabes, normandos, Svevi, Angioini, Aragoneses, espanhóis e franceses. Por Muitas vezes, Catania sofreu com as erupções do Etna (254, 1669, 1819), foi destruída por terremotos em 1169 e em 1693. Após este último, foi completamente reconstruída com blocos lavosos que dão à sua arquitetura monumental um aspecto e uma cor impossíveis de imitar. Incendiada e saqueada em abril de 1849, foi anexada ao Reino da Itália depois dos plebiscitos de 1860. De sua arquitetura original grega existente no final do VIII a.C. restaram pouquíssimos traços arquitetônicos; da idade romana se têm, no entanto, notáveis exemplos preservados, como o teatro datado do V século a.C.; os restos do anfiteatro datam do II século d. C., as termas do Indirizzo e a Rotonda (atualmente igreja de Santa Maria). De grande interesse também é a vasta necrópole romana e bizantina nos arredores da praça Stesicoro. No Museu Comunale de Catânia (no Castelo Ursino), são conservadas numerosas obras de escultura e cerâmica gregas e romanas.

Entre os edifícios medievais, citamos a Basilichetta (V–VI sec), San Salvatore (VIII–IX sec), Duomo ( XI - XII sec., reconstruido no XVIII), o Castelo Ursino (hoje sede do Museu Comunale) erguido por Federico II (1239-1250) mas, logo depois, modificado no XVI séc. A cidade depois do terremoto de 1693, foi reconstruída no decorrer do séc. XVIII. Sobre os projetos de Lanza, de Camastra e acima de tudo de Vaccarini, projetor e arquiteto da planta municipal (1741), ainda temos em Catania o Palácio Sangiuliano, da bonita fonte do Elefante (1736, relembrando aquela de Bernini a Roma) e das igrejas de San Giuliano, Santa Chiara e Sant'Agata. Outros notáveis monumentos são a igreja e o convento de San Nicolò (XVI sec. reconstruídos no XVIII) e o Palácio Biscari. Apesar dos graves danos sofridos durante a última guerra, a cidade conservou a fisionomia barroca, seja nas fachadas e em parte do eixo urbano, resultando em um dos principais pólos turísticos da região.

Fontes: Elton-diários de viagem; Catania-prefeitura municipal. Ministério italiano.

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