A Felicidade Paradoxal - Ensaio sobre a Sociedade do Hiperconsumo de Gilles Lipovetsky



Numa sociedade em que a melhoria contínua das condições de vida materiais praticamente ascendeu ao estatuto de religião, viver melhor tornou-se uma paixão colectiva, o objectivo supremo das sociedades democráticas, um ideal nunca por demais exaltado. Entrámos assim numa nova fase do capitalismo: a sociedade do hiperconsumo.

Eis que nasce um terceiro tipo de Homo consumericus, voraz, móvel, flexível, liberto da antiga culturas de classe, imprevisível nos seus gostos e nas suas compras e sedento de experiências emocionais e de (mais) bem-estar, de marcas, de autenticidade, de imediatidade, de comunicação.

Tudo se passa como se, doravante, o consumo funcionasse como um império sem tempos mortos cujos contornos são infinitos. Mas estes prazeres privados originam uma felicidade paradoxal: nunca o indivíduo contemporâneo atingiu um tal grau de abandono.



GILLES LIPOVETSKY é professor agregado de Filosofia na Universidade de Grenoble, membro do Conseil d'analyse de la societé, órgão consultivo do primeiro-ministro de França, e do Conseil nationale des programmes, do Ministério da Educação. Nas suas várias obras destaca-se a análise da sociedade pós-moderna que, para ele, se tornou hipermoderna, prefixo muito usado por Lipovetsky para caracterizar os novos comportamentos, ostentatórios, consumistas, vorazes, hedonistas.


Gilles Lipovetsky

Editora: Edições 70
Colecção: Extra Colecção
Tema: Filosofia
Ano: 2009

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