Caminhada contra a intolerância religiosa reúne milhares em Copacabana - Por Douglas Corrêa

Milhares de pessoas participaram ontem 18/09, na praia de Copacabana, da

4a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa

que reuniu umbandistas, candomblescistas, muçulmanos, católicos, judeus, protestantes, kardecistas, além de adeptos do Santo Daime, hare krishnas, entre outros.

O babalawo Ivanir dos Santos, representante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), disse que “a intolerância é uma semente para o fascismo”. “Nós não podemos aceitar isso para uma sociedade como a brasileira, que respeita a diversidade”.


Para Ivanir, as outras religiões começaram a aderir ao movimento com mais compromisso. Segundo ele, inicialmente, a caminhada contava com a participação majoritária de umbandistas e candomblecistas e hoje contabiliza representantes de diversas outras religiões.


“Nós não excluímos ninguém. Somos um segmento da sociedade brasileira e tudo que nós fizermos serve para a sociedade no seu conjunto. Foi assim no samba, na cultura popular e a caminhada está se tornando uma causa cidadã porque não é um movimento religioso. É um movimento de religiosos, com cidadania, respeito, dignidade e liberdade.”



A presidenta da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), Sarita Shaffer, disse que a comunidade judaica participa do evento desde a primeira edição. “Nós estamos vendo a evolução, como as religiões estão iniciando um diálogo. É a tolerância, a coexistência, e é isso que vai fortalecer cada uma das religiões individualmente.”


 
A fundadora da CCIR, a umbandista Fátima Damas, diz que o evento cresceu nos últimos quatro anos. “As pessoas no início participavam timidamente. Hoje nós temos padres, pastores, judeus e as pessoas estão tomando conhecimento gradativamente desse trabalho e estão se aproximando. O nosso interesse realmente é que as pessoas se conscientizem de que não podemos destruir ninguém, não podemos falar mal e não podemos demonizar ninguém”, esclareceu.



O secretário estadual de Direitos Humanos, Rodrigo Neves, elogiou a caminhada e mostrou-se surpreso com a diversidade de representantes de religiões presentes ao evento. “O Rio tem que ser exemplo de respeito e um lugar em que se encontre uma sociedade mais justa e democrática”, disse.


 

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