Durban é um pedaço da Índia na África do Sul - Por Eduardo Vessoni
Nos últimos anos, o mundo parece ter se empenhado em usar as mesmas imagens para traçar o perfil de uma das maiores potências do continente africano: a África do Sul. Mas o que esqueceram de contar é que esse território de 1,2 milhão de km² é tão complexo e variado quanto os atrativos que surpreendem o viajante desavisado e rompem todos os velhos (e cansados) estereótipos que circulam sobre aquele país.
Imagens hindus são reverenciadas em altar do Temple of Understanding, considerado o maior templo Hare Krishna da África, em Durban, a quase 600 km de Johannesburgo, África do Sul Eduardo Vessoni/UOL
E é em Durban, a quase 600 km de Johannesburgo, que o visitante estrangeiro vai descobrir que o país vai bem além dos safáris em selva e de histórias sobre o apartheid.
Mulheres de saris coloridos, comida apimentada e espiritualidade elevada. Essas são algumas das (agradáveis) surpresas que esperam os visitantes nessa cidade considerada a maior concentração de indianos fora da Ásia.
A primeira metade do século 19 foi marcada por uma onda imigratória que trouxe novos sotaques para Kwazuklu-Natal, província onde se localiza Durban. O crescimento das plantações de cana-de-açúcar na região exigia novos trabalhadores e os colonizadores, que já dominavam parte do país, foram buscar a solução na Índia, outra colônia inglesa.
Mesmo após o término do contrato de trabalho nos campos, aqueles imigrantes indianos decidiram ficar por ali e fizeram do local sua própria casa. Atualmente, os filhos da quinta geração mantêm acesa a cultura trazida do segundo país mais populoso do mundo.
Mulheres de saris coloridos, comida apimentada e espiritualidade elevada. Essas são algumas das (agradáveis) surpresas que esperam os visitantes nessa cidade considerada a maior concentração de indianos fora da Ásia.
A primeira metade do século 19 foi marcada por uma onda imigratória que trouxe novos sotaques para Kwazuklu-Natal, província onde se localiza Durban. O crescimento das plantações de cana-de-açúcar na região exigia novos trabalhadores e os colonizadores, que já dominavam parte do país, foram buscar a solução na Índia, outra colônia inglesa.
Mesmo após o término do contrato de trabalho nos campos, aqueles imigrantes indianos decidiram ficar por ali e fizeram do local sua própria casa. Atualmente, os filhos da quinta geração mantêm acesa a cultura trazida do segundo país mais populoso do mundo.
Busto de Mahatma Gandhi, localizado no Phoenix Settlement, local onde morou em Inanda, subúrbio de Durban, na África do Sul
Durban chegou até a abrigar uma das figuras mais importantes da Índia: Mahatma Gandhi. Durante longos e proveitosos 21 anos, a cidade teve a oportunidade de hospedar esse líder político e espiritual, que chegou a influenciar importantes figuras negras como Nelson Mandela e Martin Luther King. Foi no subúrbio de Inanda, a 27 km de Durban, que Gandhi desenvolveu sua filosofia de resistência passiva contra as injustiças do mundo, sobretudo as que costumavam separar os sul-africanos de acordo com a sua cor de pele e da qual o jovem indiano, que chegara à cidade para trabalhar como advogado, também foi vítima.
Foi em uma casa discreta que Gandhi passou boa parte de sua estadia na África do Sul. A construção afastada do centro da cidade seguia os mesmos princípios que deram origem a outros guetos, como o famoso Soweto de Johannesburgo, durante os anos de segregação racial: negros e pardos deveriam viver isolados da sociedade branca que, naquele período, vivia nas áreas mais nobres.
Mas mesmo separados pela fúria do apartheid, os negros e aqueles imigrantes vindos de longe conseguiram fazer daquele território uma harmoniosa fusão cultural que nem o Índico e a segregação racial conseguiram evitar.
Fonte: http://viagem.uol.com.br
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