Ecumenismo: Solidariedade é «imperativo» que pode unir religiões, diz prior de Taizé



«A fé não é em primeiro lugar uma adesão a algumas verdades, mas uma relação com Deus», 

realça irmão Alois


O prior da comunidade ecuménica de Taizé, irmão Alois, considera que a solidariedade é um “imperativo que pode unir os crentes de diferentes religiões e também os crentes e os não crentes”.


“Para que uma nova solidariedade entre os homens floresça a todos os níveis, nas famílias, comunidades, cidades, vilas e aldeias, entre países e continentes, são necessárias decisões corajosas”, frisa o religioso em carta divulgada parcialmente pela comunidade localizada na França.


O texto intitulado: ‘Rumo a uma nova solidariedade’ assinala que “perante a pobreza e a injustiça, algumas pessoas revoltam-se ou sentem mesmo a tentação da violência cega”, que “não pode ser uma forma de mudar as sociedades”.


Na missiva que vai ser entregue aos 30 mil participantes esperados no encontro europeu de Taizé, marcado para 28 de dezembro a 1 de janeiro em Berlim, capital alemã, o responsável salienta que é preciso “escutar os jovens que expressam a sua indignação para tentar compreender as suas motivações essenciais”.


“Na nossa procura para criar novas formas de solidariedade e para abrir caminhos de confiança, há e haverá provações. Em certos momentos, poderá parecer-nos que estas provações nos submergem. Que fazer então? A nossa resposta às provações pessoais e às que pesam sobre outras pessoas não será amar sempre mais?”, questiona.


No documento que vai ser revelado integralmente a 26 de dezembro, o irmão Alois sustenta que “a fé não é em primeiro lugar uma adesão a algumas verdades, mas uma relação com Deus”.


“Quanto mais cresce a confiança em Deus mais o coração se alarga a tudo o que é humano, em todo o mundo, em todas as culturas, acolhendo também as ciências e as técnicas que permitem aliviar o sofrimento e desenvolver as sociedades”, acrescenta.


O programa do encontro europeu de Taizé, que se realiza anualmente entre o fim de dezembro e o início de janeiro, baseia-se nos elementos que compõem o dia a dia da comunidade, com orações, conferências sobre temas espirituais e questões atuais da sociedade.


Entre as iniciativas prevê-se um encontro com deputados do Parlamento Federal alemão, dedicado ao tema: ‘Por um mundo mais justo: a política e a nossa responsabilidade como cidadãos’.


Os jovens, que realizam uma vigília pela paz à meia noite de 31 de dezembro e uma “festa dos povos” às primeiras horas do novo ano, são convidados a levar medicamentos e material médico de primeira necessidade, a serem entregues pelos monges a populações pobres da Coreia do Norte, prosseguindo a ajuda prestada pela comunidade ecuménica desde 1998.


Fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Negociar e acomodar identidade religiosa na esfera pública"

Pesquisa científica comprova os benefícios do Johrei

Por que o Ocidente despreza o Islã