Páscoa, vamos renascer também? - Por Adriano de Araújo



Sua origem se liga a tradição judaica do Pessach, em hebreu, além de ter incorporado ao longo do tempo elementos de antigos rituais pagãos ligados a fertilidade e renascimento, originários de deuses ou deusas como Ishtar, recebendo influência tanto da mitologia fenícia quanto da suméria. Dessa tradição pagã está a origem dos ovos pintados e do coelho, elementos relacionados à fertilidade e que foram mantidos até a nossa cultura atual. 

A Páscoa dos Hebreus, ou o  Pessach, é uma das celebrações referente à fuga do Egito. Ela ocorre no 15º dia do mês de Nisã no calendário hebraico, durante oito dias da diáspora e sete dias em Israel. É uma das festas “da peregrinação”, ou saída da escravidão no Egito. A fuga liderada por Moisés ocorreu, segundo pesquisadores, numa datação entre 1300 e 1500 antes de Cristo. Foi durante a diáspora que ocorreu, segundo a narrativa bíblica, o episódio da aliança firmada por Moisés em nome do povo hebreu com Yaveh ou o Deus Único, estabelecendo um pacto, criando-se aí o mito de fundação étnica, religiosa, de unidade filosófica e cultural do povo Judeu.
Já festa cristã, começou a ser comemorada no mesmo período da antiga festa dos hebreus, sendo apropriada pela cristandade nascente com a mesma terminologia, já que foi justamente neste período festivo do Pessach que Jesus ingressou triunfante em Jerusalém, no dia que ficou conhecido como domingo de ramos, tendo na sequência ocorrido sua prisão, julgamento, punição, crucificação, morte e ressurreição.
A Páscoa Cristã é a festa da “ressurreição” e é de fundamental importância, pois vincula-se exatamente no fato de Jesus ressuscitar, reviver ou ressurgir.
É esse o ponto primordial que embasa a teologia cristã e de todas as vertentes posteriores. Os evangelhos narram que, após a crucificação, morte e sepultamento, Jesus ressuscitou no terceiro dia (João 19:30-31, Marcos 16:1, Marcos 16:6). Posteriormente, há ainda nos textos várias outras aparições de Jesus ressurreto, tanto para os discípulos quanto para multidões, como na narrativa aos quinhentos da Galileia por exemplo.
Nas narrativas bíblicas, ao dar provas da existência da vida após sua morte crucificada, Jesus demonstra materialmente sua continuidade. A partir daí soma-se as narrativas, interpretação de sua vida, exemplificações e ensinamentos, contados pelos evangelistas, seus discípulos e apóstolos, conhecida por nós no novo testamento.
Posteriormente, essas narrativas foram interpretadas pelos teólogos e religiosos, estruturando os postulados de conduta moral e filosófica de salvação ou não de cada um de nós, com um conjunto de regras a ser seguido e que podem redundar em penas e gozos dos homens após sua vida e morte e seu estado futuro, também renascido.
Toda a doutrina da salvação baseia-se e fundamenta-se então a partir da ressurreição de Jesus e na condição de cada indivíduo de ressurgir da morte, dando continuidade a vida e a existência.
Do ponto de vista prático, a continuidade da vida para os homens é o divisor e um paradoxo entre o materialismo e a continuidade do indivíduo ou da individualidade de cada um de nós após a morte do corpo.
Céu ou inferno, paz e serenidade, terror e sofrimento seriam as consequências de nossos atos, pensamentos e ações contidos nestes postulados.
Os atos e feitos de Jesus de Nazaré não foram os primeiros nem os únicos a mencionarem a continuidade da vida, fosse pela ressurreição, pela reencarnação em outra vida ou da sobrevivência da alma, ou espírito após a morte do corpo físico.
Para todas as religiões Cristãs, para os Muçulmanos, para os Hinduístas, para os Budistas, estando aí as maiores correntes religiosas do planeta e somando-se a elas outras menos praticadas no mundo, todas indistintamente garantem que existe vida após a morte do corpo físico material, sendo assim uma verdade inquestionável, irretocável, às vezes dogmática, ou baseando-se em relatos, narrativas, histórias, comunicação de profetas, sábios, espíritos ou escrituras e postulados filosóficos.
Do total de quase 7 bilhões de humanos na terra, pesquisas apontam que entre 4,7 e 6,2 bilhões de pessoas declaram seguir uma dessas grandes religiões. Apesar da divergência numérica, é a maioria da população mundial que acredita que continuará a existir de forma a manter a consciência de si mesmo após a morte física.
Este dado é bem curioso e causa muita estranheza, pois embora a esmagadora maioria acredite e declare saber que continuará vivo depois de morrer, do ponto de vista moral e social, o materialismo e individualismo do mundo contemporâneo se sobrepõe  completamente aos postulados religiosos pregados pelas religiões, criando um paradoxo.
Ou as pessoas professam ser seguidores dessas religiões por mero formalismo e convenção social, ou simplesmente elas não entendem as consequências da fé que professam e, de certo modo, não estão tão convencidas assim de sua continuidade e eternidade. Mas entrar neste pormenor seria discutir o sexo dos anjos num debate mundial.
Vou me ater a outra discussão, a de que existem grupos, compostos por pessoas que realmente estão convictas de que há vida após a vida e morte do corpo, pessoas como eu e provavelmente você.
A pergunta então seria: o que essa crença muda ou poderá mudar na minha vida, na minha conduta, nas minhas atitudes ao reconhecer que depois dessa curta passagem continuarei consciente de meus atos e de minha existência vivida?
Então o materialismo puro, o sentimento egoístico e egocêntrico, o interesse individual serão sobrepujados pelo estado consciente de humanidade uníssona, de família universal, de que estamos todos num único barco ou nave espacial chamada terra, e a terra prometida será a terra que semearmos para o amanhã, para o futuro, seja na vida corpórea, seja na nova forma de vida ressurreta, reencarnado, renovado que nos espera a todos.
Aí essa crença da irmandade universal e sentido de renascimento contido filosoficamente na Páscoa ganha todo sentido e toda beleza, a que somos senhores do nosso livre arbítrio para escolhermos o trabalho pelo bem comum ou apenas para o nosso próprio umbigo. Qual é a sua escolha?
Podemos ser agentes de um mundo e uma sociedade mais justa ou apenas passarmos pela vida. Escreveremos a nossa história mais bonita, com conquistas reais, ou vamos deixá-las em branco ou pior ainda, manchá-las com o sangue de nossa inércia e egoísmo.
Afinal, como nós estamos escrevendo nossa história? Nós temos orgulho dela?
Que a Páscoa, no seu sentido mais puro, seja esse momento de reflexão, e renascimento de novos e bons hábitos e de boas páginas e boas ações e de lindas histórias para todos nós, com a luz de Cristo que brilha no coração de todos na terra e dos que já estão renascidos ou ressuscitados.
Uma ótima Páscoa a todos, deixando aqui mais uma vez a publicação da agenda do bem, para todo aquele que quer começar a escrever uma história mais bonita de si mesmo.

Agenda do bem

- PARA DOAR SANGUE:
Centro Regional de Hemoterapia do HCFMRP-USP
Rua Tenente Catão Roxo, 2501 – Telefone: (16) 2101-9300
Informações diversas e agendamento pelo telefone: 0800-979 6049

Obs.: Para quem não pode doar, existe também um programa de voluntariado do Hemocentro. Acesse: http://www.hemocentro.fmrp.usp.br/projeto/redesocial/voluntario.html

- PARA SER DOADOR DE ÓRGÃOS:
Organização de Procura de Órgãos (OPO) do HC-RP
Telefone: (16) 3602-2777

Transplante de córnea: (16) 3633-1322 ou 3602-2521

Cadastro de doadores


- PARA SER VOLUNTÁRIO NO HOSPITAL DE CÂNCER DE RIBEIRÃO PRETO:
Rua Octávio Martins Braga, 50 - Residencial Flórida Ribeirão Preto
Telefones: (16) 3878-9700
contato@hcancerderibeirao.org.br


- PARA SER VOLUNTÁRIO NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO:
CENTRO DE VOLUNTARIADO
Serviço Social – (16) 3602-2344 (andreiabossa@hcrp.usp.br)
Para ajudar é preciso ser maior de 18 anos.
A permanência máxima no hospital é de três horas e a frequência é de no máximo duas vezes por semana. Áreas de leitura de histórias para crianças e ensino de artesanatos.

DOAÇÕES
Serviço Social – (16) 3602-2344
- Alimentos não perecíveis
- Brinquedos novos (o hospital não recebe objetos usados devido ao risco de contaminação)
- etc.

- PARA SER DOADOR DE MEDULA ÓSSEA:
Cadastro pelo telefone 0800 979 6049


- PARA DOAR ALGUM VALOR E AJUDAR A POPULAÇÃO DA SOMÁLIA:



- PARA DOAR ALIMENTOS ÀS FAMÍLIAS CARENTES DE RIBEIRÃO PRETO:
BANCO DE ALIMENTOS DE RIBEIRÃO PRETO
O Banco de Alimentos de Ribeirão Preto atende entidades assistenciais distribuindo cestas básicas emergenciais a famílias em situação de risco.
Unidade I: Avenida Bandeirantes, 285 - (16) 3941-5158
Unidade II: Rodovia Anhanguera, Km 322, no Ceagesp - (16) 3638.2885

- PARA AJUDAR NA PROTEÇÃO DOS ECOSSISTEMAS

- PARA AJUDAR CRIANÇAS ÓRFÃS:
Carib - Centro de Abrigo e Apoio à Adoção de Ribeirão Preto
Telefone: (16) 3626.7511 - info@carib.org.br
Rua Ametista, 920 - Campos Elíseos

- PARA PARTICIPAR COMO VOLUNTÁRIO NO CVV (CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA):
O Centro dá cursos para seleção de voluntários e podem se inscrever homens e mulheres com 18 anos completos ou mais.
Rua Mariana Junqueira, 729 - Centro
(16) 3636-4111 - ribeiraopreto@cvv.org.br

- PARA SER VOLUNTÁRIO NA (O)...
APAE RIBEIRÃO PRETO
O interessado em ajudar deve ir até a instituição e preencher uma ficha. Quando a APAE necessitar da ajuda de voluntários, ela entra em contato.
R. Coracy de Toledo Piza, 571 - Ribeirânia
(16) 3512-5200 – escola@apaerpo.org.br

HOSPITAL DE RETAGUARDA FRANCISCO DE ASSIS
Interessados em ajudar devem visitar a instituição para conhecê-la e preencher uma ficha.
Rua Luiz Záccaro, 53 - Solar Boa Vista
(16) 2102-5757 / (16) 3919-1718

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