Revista Newsweek analisa a “crise do cristianismo” no Ocidente - Por gospelprime
É comum que na Páscoa e no Natal as
grandes publicações dêem espaço para a fé cristã. Quase sempre as matérias
questionam a veracidade dos relatos bíblicos ou apresentam alguma teoria
polêmica.
Neste ano não foi diferente. A
Newsweek, um dos semanários mais conceituados do mundo, deu como manchete: “Esqueça a Igreja, siga Jesus”. A reportagem de capa, escrita por Andrew
Sulllivan argumenta que o cristianismo que temos hoje “foi destruído pela política,
pelos sacerdotes e teleevangelistas do enriquecimento rápido”.
Ao longo de suas páginas, há um
questionamento de porque em vários lugares do mundo parece haver uma nova “onda
de moralidade”, onde os políticos usam como plataforma política os ensinamentos
de Cristo.
Isso é visto de maneira especial em
2012 na corrida presidencial americana, onde um mórmon e um católico se
apresentam para ser o candidato que irá derrotar Barak Obama nas urnas.
Porém, em lugares onde antes o
cristianismo predominava, hoje há um descrédito em relação à igreja. Ao mesmo
tempo em que há um crescimento do movimento evangélico, em especial dos
pentecostais, nos países da América do Sul, África e Ásia, o Islã tem se
firmado em vários paises europeus.
A chamada “crise atual” do cristianismo
passa pelos escândalos seguidos que tomaram as manchetes mundiais expondo os
casos de abuso e pedofilia dentro da Igreja Católica. Ao mesmo tempo, pastores
evangélicos compram horas e mais horas do horário da televisão para fazerem
promessas de enriquecimento rápido.
Para a Newsweek, isso gera um
enfraquecimento de grande parte dos ensinamentos milenares de Jesus, conforme
relatam os Evangelhos.
Sullivan escreve: “Eu não tenho idéia
como o Cristianismo vai lutar com sua crise atual, suas distrações e tentações,
e acima de tudo, a maneira como parece ter se enredado com as coisas deste
mundo. Mas eu sei que não vai ser concentrando-se em política, em vez de
oração, a preocupação excessiva a vida sexual e pensamentos heréticos dos
outros… Esse tipo de cristianismo que precisamos não vem da cabeça ou do
intestino, mas da alma.
É tão manso quanto libertador. Não
aproveita o momento presente… não busca o reconhecimento ou sucesso mundano, e
foge do poder e da riqueza. É a religião da falta de conquistas. E não é cheio
de medo… este cristianismo puro, que busca a verdade, sem a expectativa de
resolução imediata, que ensina a simplesmente viver a cada dia fazendo o
possível para cumprir a vontade de Deus, é mais vital do que nunca.
Pode, de fato, ser a única
transformação espiritual que pode, no final, transcender o vazio persistente de
nosso capitalismo ou do culto contemporâneo à diversão, ou a ameaça de guerra
apocalíptica na terra onde Jesus andou certa vez. Você vê as tentativas de se
encontrar isso em todo lugar, desde a espiritualidade experimental até o
fundamentalismo ressurgente. Algo dentro está nos dizendo que precisamos dessa
mudança espiritual radical”.
È curioso que uma revista secular,
acostumada a fazer reportagens sobre os males da civilização moderna pareça se
preocupar com o resgate da espiritualidade cristã. Ao pedir que seus leitores
“esqueçam a igreja”, ela faz uma leitura ácida de como a sociedade percebe o
discurso dos cristãos, em especial o que é apresentado na mídia.
Traduzido e adaptado de The Daily Beast
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