Sergipe lança cartilha sobre religiões de matriz africana


Com o objetivo de valorizar a cultura afro e sua história, foram lançados o catálogo "Religiões de Matriz Africana em Sergipe" e a


"Cartilha Pedagógica das Religiosidades de Matriz Africana e da Promoção da Igualdade Racial"


Material será distribuído gratuitamente nas escolas públicas e privadas do estado.



Foto: Agência Sergipe de Notícias

O primeiro é pré-mapeamento dos terreiros de candomblé e de umbanda de Sergipe, e ajudará a identificar onde estão esses terreiros, para que a história e a identidade das religiões de Matriz Africana fiquem na memória do povo sergipano.

Já o segundo, a cartilha, tem uma função pedagógica e ajuda a reforça a Lei Federal 10.639 de 2003, que obriga as escolas públicas a implementar a disciplina ‘História da África e da Cultura Afro-Brasileira’. Ou seja, servirá de instrumento pedagógico nas escolas para ser trabalhada no contexto da igualdade racial e respeito às diversidades. O material será distribuído nas escolas públicas e privadas, ainda este ano.

O evento de lançamento aconteceu no auditório da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Sergipe (Aease), na sexta-feira (20), e contou com a participação do governador de Sergipe Marcelo Déda (PT), da ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Helena de Bairros, e o secretário de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania, Luiz Eduardo Oliva. Também estiveram presentes yaloxirás, babalorixás, filhos e mães de santo, entre outros.

“Há preconceitos raciais e ao direito das pessoas de exercerem a sua liberdade de religião, especialmente as religiões afrodescendentes. Portanto, discutir a discriminação racial, os direitos fundamentais das pessoas e grupos humanos, construir normas, atitudes e legislações que possam romper os últimos grilhões é uma obrigação do Estado e é um dever da sociedade. Então, Sergipe colabora quando, em parceria com o Governo Federal, lança uma cartilha e catálogo que enaltece as religiões de matizes africanas”, ressaltou o governador Marcelo Déda em seu discurso.

A ministra Luiza Helena de Bairros lembrou que atualmente existem condições de promover, através de ações governamentais, a inclusão das pessoas negras. “O Brasil vive hoje sobre a égide do Estatuto da Igualdade Racial, que prevê como obrigação para o setor público a adoção de várias medidas afirmativas em todas as áreas da vida social. Temos instrumentos, o que falta é a escolha política dos governantes”.

Sobre a cartilha, ela enfatizou que o material contribui com uma nova mentalidade da sociedade. “Esse é um aspecto do nosso trabalho, que é a formação de novas mentalidades, a partir de conhecimento que são gerados levando em conta e valorizando a experiência negra no Brasil”.

O secretário de Estado Luiz Eduardo Oliva frisou que trata-se de um momento importante para a política estadual de promoção da igualdade racial: “São políticas afirmativas que levam a uma maior conscientização da necessidade de permanente combate ao racismo, à discriminação, avançando sempre na promoção da igualdade racial”.

Exposição

Na área externa da Aease, o público presente conferiu a exposição de quadros 'Orixás', da ialorixá Lígia Borges e assistir a apresentação de dança de filhos de santo, que com seus atabaques entoavam cânticos nagô. Foi oferecido também um coquetel de comidas típicas africanas.

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