Greve nas universidades completa 60 dias
Greve nas universidades completa
60 dias e servidores convocam marcha
Professores e servidores públicos federais
estão acampados na Esplanada e fizeram marcha nesta quarta em Brasília.
O
Comando Nacional de Greve da categoria reprovou a contraproposta do governo.
Das 59 universidades federais,
apenas a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) não está em greve.
Institutos tecnológicos e escolas de aplicação também aderiram ao movimento.
Brasília
Professores das
universidades federais realizaram um ato político na terça-feira para marcar o
60º dia de greve da categoria. O ato foi realizado no acampamento montado desde
segunda-feira pelo Fórum de Servidores Públicos Federais (SPFs) na Esplanada
dos Ministérios, em Brasília.
Das 59 universidades federais,
apenas a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) não está em greve.
Institutos tecnológicos e escolas de aplicação também aderiram ao movimento.
Em conjunto com as outras 30
entidades que compõe o SPFs, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições
de Ensino Superior (Andes-SN) realizou nesta quarta-feira uma marcha até o
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
A marcha pedirá, entre
outras coisas, uma política salarial permanente, com valorização do vencimento
base, reposição inflacionária e incorporação de gratificações, além da retirada
de projetos de lei ou medidas provisórias que restringem ou suprimem direitos
sociais.
A pauta específica dos
professores se concentra na reestruturação da carreira, melhores condições de
trabalho e valorização salarial. O Comando Nacional de Greve (CNG) da categoria
rejeitou a contraproposta feita pelo governo na última sexta-feira.
“Reafirmamos a proposta que já protocolamos junto ao governo como referencial
.para a negociação da reestruturação da carreira e não desestruturar como
governo está querendo”, disse o diretor do Andes-SN, Josevaldo Cunha.
O CGN formulou um amplo documento
de críticas à contraproposta do governo. Entre elas, eles afirmam que o
reajuste salarial de até 45%, aplicado em cima dos salários de 2010 e a ser
alcançado em 2015, só chegará para os professores que estão no topo da carreira
e que representam entre 10% e 12% da categoria.
Os grevistas ainda afirmam que
os cálculos do governo omitem a corrosão inflacionária do período, estimada em
35%. “Vários outros segmentos da categoria docente, como adjuntos, assistentes,
terão nesse período perda salarial”, disse Cunha.
Também são criticadas as
barreiras à progressão dos professores na carreira (limitando, por exemplo, a
ascensão ao topo dela – a classe de professor titular – a 20% do quadro docente
da instituição) e o fato da carreira ser a única no serviço público federal na
qual a remuneração do regime de 40 horas não será o dobro da remuneração do
regime de 20 horas.
De acordo com o MPOG, a oferta
permitirá aos professores doutores recém ingressos na carreira, em regime de
dedicação exclusiva, receber um salário mensal de R$ 8,4 mil.
Já os professores
que já estão na universidade, no mesmo nível, terão o salário reajustado de R$
7,3 mil para R$ 10 mil. Ao longo dos próximos três anos, a remuneração do
professor titular com dedicação exclusiva passará de R$ 11,8 mil para R$ 17,1
mil.
Pela tabela apresentada, o
governo elimina os níveis mais baixos da carreira. Assim, o menor salário pago
em 2010, de R$ 1,6 mil (professor auxiliar, nível 1, sem titulação, em regime
de 20 horas), passará para R$ 1, 8 mil (professor assistente, nível 1, sem
titulação, 20 horas).
A maioria, os adjuntos, que recebiam de R$ 1,8 mil a R$
7,9 mil, passarão a ganhar entre R$ 2,2 mil e R$ 10,9 mil. Os aposentados
ficariam alijados da perspectiva de receber salários mais altos, já que a
imensa maioria se aposentou sem atingir a classe de titular.
Os professores em conjunto com os
outros servidores públicos federais permanecerão acampados em Brasília até esta
sexta-feira.
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