Gratuita, exposição "Impressionismo: Paris e a Modernidade" traz obras de museu parisiense – Por Mariana Pasini


O objetivo dos curadores de “Impressionismo: Paris e a Modernidade, Obras Primas do Acervo do Museu d’Orsay de Paris, França” foi seduzir os brasileiros. 
Com 85 obras, a exposição começa a ser exibida gratuitamente a partir deste sábado (4) no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, com artistas renomados como Monet, Renoir, Cézanne, Van Gogh e alguns menos conhecidos como Carolus-Duran e Louis Anquetin.
Logo em seu primeiro fim de semana, a mostra terá uma “virada impressionista”: das 15h do sábado até as 22h do domingo (5), o CCBB ficará aberto para receber o público. Todo o prédio do Centro abriga a mostra; o quarto andar, inclusive, que servia de escritório aos funcionários, foi inteiramente desocupado para recebê-la.
“Boa parte das obras que estão aqui a gente já viu em algum lugar, num livro, na escola... A visita é quase uma espécie de reencontro, nesse sentido. Quem não tem chance de ir a Paris vai poder conhecer esses trabalhos de perto”. Roberta Saraiva, diretora na empresa que organiza a mostra.

Participam da exibição todos os trabalhos pictóricos do museu parisiense, que abriu para o publico em 1986 e contém um dos maiores acervos impressionistas do mundo. A exposição tem seis módulos temáticos divididos entre artistas que trabalharam no campo ou na cidade. 
“Paris: a cidade moderna”, “A vida urbana e seus arredores” e “Paris é uma festa” trazem imagens de óperas, bailes, da vida burguesa e das transformações urbanas da virada do século 19. Já em “Fugir da cidade”, “Convite à viagem” e “A vida silenciosa”, é a vida pacata do mundo rural que ganha as telas.
Roberta Saraiva, diretora na empresa que organiza a mostra, destaca que nunca houve uma exposição do impressionismo desse porte no Brasil. Para ela, a exposição tem um caráter muito especial: é como um reencontro. 
“Boa parte das obras que estão aqui a gente já viu em algum lugar, num livro, na escola... A visita é quase uma espécie de reencontro, nesse sentido. Quem não tem chance de ir a Paris vai poder conhecer esses trabalhos de perto.”
Liberdades na tela

Caroline Mathieu, curadora-chefe do d’Orsay, que assina a curadoria da exposição com Guy Cogeval, explica que o impressionismo trouxe liberdades inéditas à arte. “Com ele, os artistas foram libertados no que tange aos temas dos quadros, a luz e a cor.”

Mathieu explica que o interessante para os impressionistas é o imediato, aquilo que tem vida curta. "Eles querem preservar num quadro acabado a liberdade e espontaneidade do esboço inicial.” Para ela, todas essas descobertas e inovações tiveram uma influência determinante nos artistas modernos que os precederam.
“O interessante para os impressionistas é o imediato, aquilo que tem vida curta. Eles querem preservar num quadro acabado a liberdade e espontaneidade do esboço inicial”. Caroline Mathieu, curadora-chefe do Museu d’Orsay, em Paris

O impressionismo representou também um rompimento com a pintura acadêmica aplicada até então. “É um novo jeito de pintar, de observar o mundo, que tem a ver com a modernidade e o surgimento da burguesia, com a apreciação da luz, ao ar livre, sobretudo, muito diferente da pintura de cavalete”, completa Roberta Saraiva.
Para Marcos Mantoan, gerente do CCBB, a exposição também é motivo de orgulho por ser gratuita. “A maioria das obras nunca saiu do museu. Conseguimos trazer ícones dos principais artistas”, diz.
Vindas em seis aviões em seis dias diferentes após cerca de um ano e meio de negociações com o d’Orsay, as obras precisaram de uma aclimatação especial no CCBB. De São Paulo, a mostra parte para o Rio de Janeiro e depois segue “carreira internacional”, chegando primeiro a Madri, na Espanha.
Serviço

Impressionismo: Paris e a Modernidade, Obras Primas do Acervo do Museu d’Orsay de Paris, França
Quando: de 4 de agosto a 7 de outubro
Onde: Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - (011) 3113-3651
Quanto: Entrada franca

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