Shebab somalis apelam muçulmanos a proteger a sua religião
Os insurgentes islâmicos somalis
shebab apelaram hoje (terça-feira) os muçulmanos quenianos a "proteger a
sua religião", após o assassinato do pregador radical Aboud Rogo Mohammed
na cidade costeira queniana de Mombasa.
"Os muçulmanos devem pegar
nas suas coisas, levantar-se, permanecer unidos perante o infiel, e tomar todas
as medidas necessárias para proteger a sua religião, a sua honra, os seus bens
e as suas vidas contra os inimigos do Islão", declararam num comunicado
publicado na sua conta no Twitter.
"Os muçulmanos quenianos
devem entender que eles são deliberadamente visados por causa da sua identidade
religiosa e que ajudar os seus irmãos muçulmanos, especialmente nestes tempos
turbulentos, é uma obrigação religiosa para eles", acrescentaram.
Tumultos abalaram Mombasa pelo
segundo dia consecutivo, hoje (terça-feira), após o assassinato de Aboud Rogo
Mohammed e centenas de jovens apedrejaram viaturas e lojas.
Os shebab, um movimento ligado à
Al-Qaeda com a qual o queniano Rogo foi acusado de estabelecer laços, apelam
também os muçulmanos quenianos a boicotar as próximas eleições do país,
marcadas para Março, e a não se deixarem novamente "levar pelas
promessas" de um governo incapaz de "proteger os direitos dos
muçulmanos no Quénia".
Como algumas organizações
muçulmanas quenianas, os shebab consideram que o assassinato de Rogo é uma nova
execução extra-judicial de um muçulmano no país. O movimento recorda
principalmente a morte do Cheikh Samir Hashim Khan, outro pregador cujo corpo
foi encontrado mutilado em Abril, em Mombaça.
Os shebab afirmam ainda dizer que
Rogo não era "oficialmente membro" do seu movimento, mas que
"como o resto dos muçulmanos no Quénia, ele partilhava os laços religiosos
sagrados com os moudjahidin".
Importante pregador de Mombasa,
Rogo estava sob sanções da ONU e do Tesouro americano, que o acusou de ameaçar
"a paz, a segurança e a estabilidade na Somália, fornecendo ajuda
financeira, material, logística e técnica aos shebab".
Foi acusado de recrutar
"indivíduos em Mombasa (...) para enviá-los à Somália, a fim de,
aparentemente, realizarem actos terroristas". "Em Setembro de 2008,
Rogo organizou uma reunião de angariação de fundos em Mombasa para ajudar a
financiar as actividades dos shebab", afirmaram ainda, em Julho, a ONU e o
Tesouro americano em dois comunicados idênticos.
Fonte: http://www.portalangop.co.ao
Comentários