Programa Beneficia Religiões de Matriz Africana em Salvador/BA
As ações para fortalecimento da
identidade étnica, emancipação feminina, geração de trabalho e renda realizadas
pelo Terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Terreiro da Casa Branca), localizado na
Vasco da Gama, ganharam reforço do Governo do Estado nesta segunda-feira (1º),
com a entrega de um kit composto por 12 equipamentos de costura profissional,
que beneficiará a Associação Espaço Vovó Conceição.
A iniciativa do Programa Vida
Melhor Urbano, executado pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à
Pobreza (Sedes), vai melhorar o trabalho realizado pelas integrantes da
entidade e as moradoras do Engenho Velho da Federação, que produzem e
comercializam, em casa e no espaço comunitário do terreiro, vestimentas para
religiosos de matriz africana, em Salvador.
Atualmente, existe um trabalho de
aprimoramento de roupas com design afro para comercialização na capital baiana
e em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo a líder religiosa, Ekedi
Sinha, o apoio do governo vai dinamizar a produção, aumentar a renda das
famílias, além de preservar a cultura e a religiosidade afrodescendente na
capital baiana.
“Além das filhas da casa, a nossa
instituição atende às mulheres de baixa renda, que pertencem a outros segmentos
religiosos, de bairros próximos, por meio de capacitação em corte e costura,
curso de rechelieu e outros bordados étnicos”, explica Sinha.
CadÚnico
No âmbito do Vida Melhor Urbano,
a Sedes acompanha empreendimentos individuais e grupos produtivos de povos e
comunidade tradicionais, a exemplo dos terreiros de candomblé, comunidades
remanescentes quilombolas, marisqueiras e pescadores, entre outros.
De acordo com o coordenador do
programa, Ailton Florêncio, esses grupos específicos são beneficiários
prioritários, porque constituem famílias com perfil do CadÚnico, com forte
potencial empreendedor, mas que, durante séculos, ficaram à margem das
políticas públicas sociais.
“Eles buscam a sobrevivência, a partir de
estratégias associadas à preservação cultural e religiosa, por meio da produção
de roupas, objetos pessoais, artesanatos, vestimentas de cunho religioso com
alta qualidade, identidade visual e cultural. Dessa forma, precisam de suporte
técnico para fortalecimento da inclusão socioprodutiva”.
Meta do programa é atender 60 mil famílias no estado
Pesquisa Mapeamento dos Terreiros
de Salvador, realizada pela prefeitura de Salvador, em parceria com o Centro de
Estudos Afro-Orientais (Ceao), registra 1.408 terreiros de candomblé na
capital. Eles diferenciam-se por nações com diferenças rituais e no vocabulário
(Angola, Ketu, Jeje, Ijexá).
Desse quantitativo, alguns grupos
já se articularam com a rede Mauanda Bankoma e, em 2011, em parceria com a
Sedes, fizeram a exposição do Espaço Cultural da Infraero, no Aeroporto
Internacional de Salvador, quando demonstraram os produtos das comunidades de
terreiro.
Segundo titular da Sedes, Mara
Moraes, “a meta do Vida Melhor é atender 60 mil famílias em todo estado, entre
elas, as que pertencem aos povos e comunidades tradicionais”. Para ter acesso,
os grupos devem comparecer a uma das Unidades de Inclusão Socioprodutiva (Unis)
para solicitar acompanhamento técnico.
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