Épico indiano Sakuntala está em cartaz até domingo em Aripuanã-MT – Por Rose Domingues
A história Sakuntala é
considerada obra-prima da literatura universal. E Kalidasa, um dos mais
importantes autores hindus de sua época, é tido como precursor de Shakespeare.
No espetáculo, o saber é expresso nos diversos estados de alma de cada
personagem, em diálogos que demonstram a espontaneidade não só dos sentimentos,
como de uma fraternidade que comove pela pureza, que ainda hoje grande parte da
humanidade não atingiu.
A mística e espiritualidade fluem e revelam a
grandiosidade do pensamento e da vivência cotidiana da Índia. Apesar de difícil
interpretação, pela profundidade, os alunos do 8º ano da Escola Livre Porto
Cuiabá se entregaram ao projeto encenam a peça Sakuntala até domingo (25),
sempre às 20h, no Espaço Cultural Liu Arruda (TCE – Centro Político
Administrativo).
Na história o rei Ducianta,
durante sua jornada de caça se distrai e adentra o bosque de um eremitério,
onde seres humanos e natureza convivem em harmonia. Lá, conhece Sakuntala,
filha adotiva de Kanva; um sábio brâmane e uma ninfa. Os jovens se apaixonam e
casam. Logo após o casamento, o rei precisa retornar ao palácio. Estando de
guarda na cabana, sozinha, com os pensamentos totalmente voltados para o amado,
Sakuntala não ouve a chegada do sábio Durvasas.
Este, ofendido, lança-lhe uma
maldição: Ducianta não se recordará mais da esposa. O mago determina que o
esposo só se lembrará dela caso esta mostre o anel que lhe ofertara. Mas sem
perceber Sakuntala perde o anel. Qual o desfecho para tão grande amor?
Lembrando que nos contos, a dama representa sempre a alma humana, e que
encontrá-la simbolicamente significa encontrar a si mesmo.
Para a coordenadora da escola,
Ana Maria Pagliarini, responsável pela direção e adaptação da peça, este é um
excelente conto, em que uma magia transcende e atinge delicada nuance da
universalidade.
Realizado desde 1995, o teatro é incluso no currículo escolar
no 8º e no 12º ano, trazendo obras importantes da literatura universal e
nacional. Por se tratar de um período em que o jovem está no terceiro setênio
(fase dos 14 aos 21 anos), muitas mudanças físicas e psicológicas abruptas
acontecem. Uma delas é a busca por um ideal. “Desse modo o jovem vai se
lapidando, buscando fontes, exemplos e conceitos sobre justiça, verdade, honra,
sonhos e liberdade que vão consolidando ao longo do tempo”.
A professora da turma e
coordenadora do espetáculo, Laura Diniz, explica que tudo é feito com muito
esforço e garra, a partir de uma parceria entre professores, alunos, pais e
funcionários da escola. Nessa época, todos se unem, dividem tarefas, criam e
recriam, ajudam e são ajudados.
“A gente sente que foi um passo a mais dado
para a concretização do objetivo comum, que é a formação de seres despertos
para o mundo”. Ela acrescenta que a peça foi escolhida pelos seus alunos,
depois de percorrer vários autores. Para a estudante Tathyane Marin, de 14
anos, o teatro é algo maravilhoso que ensina no despertar do verdadeiro ‘Eu’, a
voz interior e exterior. “Ajuda a superar nossos medos e a perder a timidez
vencendo os desafios que se apresentam”.
Fonte: http://www.topnews.com.br
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