O dilema árabe; entre o arabismo e o pan-islamismo - Por Simon Saba*
O chamado "mundo árabe"
está localizado entre o Norte de África e Ásia ocidental. Nele são falados
diversos dialetos que têm a ver com a origem das línguas antes da invasão
árabe, que veio acompanhada do Islã, uma religião nova surgida na Península
Arábica e de tradição abraâmica, como o judaísmo e o cristianismo.
Os povos originais da maioria dos
países agora árabes falavam línguas semíticas, como por exemplo o sírio (ou
"aramaico") na Grande Síria, ou os derivados fenícios (também
surgidos do aramaico ou cananeu), como na Tunísia e Argélia. No atual Iraque se
falavam os idiomas mesopotâmicos (assírio, caldeu, etc.) também semíticos.
Paramos aqui, mas quem quiser ver mais detalhes sobre estes idiomas pode
consultar outras fontes, como livros ou enciclopédias sobre as famílias
idiomáticas.
Durante os primeiros anos da
expansão islâmica quase todos os territórios dos atuais países árabes estiveram
sob um único governo, assim como aconteceu com os países árabes e europeus
durante o Império Romano. Mas as rivalidades e lutas dinásticas e sectárias
fragmentaram o mundo árabe. A maioria voltou a se unificar sob o domínio
otomano (com exceção da atual Marrocos, Mauritânia e Somália), até que começou
a perder territórios seja pela independência (Egito) ou pela ocupação de outras
potências (Argélia, Iêmen, etc.), mantendo o ritmo de desintegração até a
Primeira Guerra Mundial, quando todos os países árabes saíram do domínio
otomano para quase todos a cair sob o domínio das grandes potências europeias e
serem fragmentado ate se tornar 22 países.
É por isso que se esperava que
chegaria o momento de alguém que promoveria um retorno ao pan-arabismo, ou
simplesmente, arabismo, para reverter as divisões e fragmentações nas quais
tinham caído.
Na Síria e no Iraque surgiram os
partidos Socialista Árabe (Baath) e o Nacionalista Social Sírio (Qawmi), com
visões que coincidiam de um lado e divergiam do outro. O Baath era de esquerda
e o Qawmi era de direita mas coincidiam em sua visão arabista, embora o Qawmi
se limitava ao nordeste árabe (conhecido como "crescente fértil"),
enquanto o Baath tinha pretensões mais amplas. No Egito houve uma revolução
nacionalista liderada por Gamal Abdel-Nasser, que também tinha intenções
pan-arabistas. Logo depois, em quase todos os países houve movimentos
semelhantes, como na Líbia, Argélia, Iêmen do Sul, etc.
O inimigo comum dos árabes
Para os movimentos nacionalistas
árabes era preciso abordar os problemas e inimigos comuns dos árabes. Para o
Magreb os inimigos eram a França e a Espanha, até que se reunificou Marrocos e
se tornaram independentes Argélia, Tunísia e Mauritânia. Vale a pena abrir um
parêntese para lembrar que se mantem a disputa na região saharaui, que era uma
colônia espanhola até que a abandonou tempo atrás, e foi ocupada por Marrocos e
Mauritânia.
Mauritânia retirou-se, e Marrocos
ficou com o território, onde existe uma resistência à ocupação sem solução
definitiva à vista. Há também conflitos menores em Ceuta, Melilla e outros
enclaves.
Líbia esteve sob domínio
italiano, mas no final da Segunda Guerra Mundial, embora tenha adquirido
formalmente sua independência, na prática ficou sob domínio anglo-americano.
O Egito monárquico junto ao Sudão
e a Somália estavam sob o domínio britânico, assim como a Palestina, Jordânia,
Iraque, e quase todos os países da Península Arábica, com exceção da Arábia
Saudita, nominalmente independente, mas que se submeteu ao domínio-proteção
estadunidense. Síria e Líbano estavam sob domínio francês.
Mas as principais fontes de
inimizade são três fatos ou ocupações de terras árabes:
1) A presença judaica na
Palestina, onde se estabeleceu o Estado de Israel.
2) A ocupação turca do território
a noroeste da Síria, tanto imediatamente após a conclusão da primeira guerra,
como em 1938, quando a França entregou as terras onde estão as cidades de
Alexandretta (Iskanderún) e Antioquia. E
3) a ocupação persa de um país
árabe que era chamado de Arabistão, atual Ahvaz iraniano.
Mas, devido às alianças com o
Ocidente, e os limites e localização geográfica, o principal inimigo e o mais
emblemático é Israel, porque também é de outra religião, novos na região, e
ocupa os principais locais religiosos muçulmanos e cristãos, ou seja, o coração
das duas principais religiões árabes. E ao contrário do conflito com o Irã e a
Turquia, que estão na periferia do mundo árabe e que limitam com um único país
em cada caso, Israel tem limites ou está perto de Egito, Líbano, Síria,
Jordânia, o restante da Palestina, Arábia Saudita e Iraque.
Isso se complementa com que seus
correligionários judeus no Ocidente têm uma forte presença nos setores de poder
em quase todos os países ocidentais, o que complica ainda mais a situação,
porque sua área e população não coincide com o seu poder real que é muito maior
já que eles tem quase toda a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) à
sua disposição, ou seja, eles controlam a maior aliança militar do mundo, que responde
por mais de 75% do orçamento bélico do mundo.
No Irã, as regiões ocupadas estão
habitadas por descendentes de árabes que são muçulmanos xiitas, como a maioria
persa, enquanto na Turquia combinou-se a limpeza étnica com a colonização dos
territórios onde antes viviam árabes, armênios e arameus de religiões cristã ou
alauíta, hoje quase exterminados, além da assimilação forçada do remanescente.
Algo que divide os árabes é a
falta de unidade primária. Faz séculos que não estão sob um governo único, talvez
desde o tempo dos califas Omíadas. Além disso, na cor da pele há algumas
diferenças, porque um loiro sírio pode ser tão "árabe", como um
sudanês preto ou da Mauritânia. Além disso, apesar de que todos dizem falar
árabe e escrevem igual, muitas vezes dialetos coloquiais não são mutuamente
inteligíveis entre eles. Um sírio e um argelino não se entendem em seus
dialetos coloquiais, e assim poderíamos continuar a dar exemplos.
A respeito da religião, se bem o
Islã é a maioria, não é a única, porque os cristãos têm uma forte presença
(lembrando que o cristianismo nasceu entre os árabes, numa região entre Grande
Síria e Egito), muitos muçulmanos são descendentes de cristãos e os o Islã não
é homogêneo. Predominam amplamente os sunitas, mas dentro dos sunitas há
diferentes escolas ou madhhab.
As quatro escolas sunitas são:
1. O Hanafi, fundada por Imam Abu
Hanifa, que viveu no Iraque logo após a morte de Maomé.
2. O Maliki, fundada por Imam
Malik, contemporâneo de Hanifa, embora mais jovem e proveniente de Medina. Esta
escola se concentra também as escolas da primeira onda como as de Damasco,
Kufa, Basra e Madina. É dominante no norte da África, entre outros lugares, e
também foi dominante em Al-Andalus.
3. A Shafi'i fundada por Imam
Shafi'i, discípulo de Malik e Abu Hanifa.
4. O Hanbali, fundada por Imam
Ahmad ibn Hanbal, que estudou com Shafi'i, de forma que há grandes semelhanças
entre os dois madhhabs.
Por sua vez, dos Hanbalis derivam
os wahabitas, grupo muito fanático e extremista que tem apoio financeiro
saudita, e que aspira a ser a única interpretação autêntica do islamismo
sunita.
Adicionemos os grupos religiosos
Zaydis e Ibadis, comumente associados aos xiitas, ao igual que os drusos. No
mundo árabe há, também, outras religiões menores, como os Yazidis (curdos, não
árabes, mas em países de maioria árabe), Batistas (que se consideram seguidores
de João Batista, e não de Jesus Cristo), e outras ainda menores. Há também os
que são pouco religiosos, alguns pouco praticantes, os laicos e até ateus, além
das minorias ínfimas de judeus, samaritanos e baha'istas.
Por causa da diversidade
religiosa e étnica foi proposto o pan-arabismo, nacionalismo árabe ou
simplesmente arabismo, com suas diferentes tendências, como um fator unificador
para todos os árabes, independentemente do seu dialeto, religião ou origem. Os
arabistas também englobam grupos étnicos minoritários (curdos, armênios,
circassianos, gregos, etc.), que tentam assimilar, mas respeitam e não
discriminam.
Talvez por causa de sua posição
geográfica, um dos países mais influentes no arabismo é a Síria, que levou a
níveis em que não se consultam mais as crenças no censo (pelo que ninguém pode
dar porcentagens precisas de afiliação religiosa naquele país), além do que o
arabismo é o principal fator de unificação em um país tão diverso e fragmentado
religiosamente. Outro estado que muito diversificado é o Líbano (uma divisão da
Síria), onde simplesmente institucionalizaram-se as divisões e sectarismos, o
que resultou em um enfraquecimento do governo central e das instituições.
O declínio do
"arabismo" e o surgimento do "neo-islamismo"
Desde a época do domínio otomano
e colonial europeia o arabismo tornou-se moda, e após a Segunda Guerra Mundial
foi criada a Liga Árabe, precisamente por iniciativa da Síria, sendo a segunda
entidade regional do mundo depois da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O arabismo teve seu auge durante o governo de Gamal Abdel Nasser no Egito, o
que lhe permitiu criar suas efêmeras uniões nacionais com a Síria e Iêmen. Teve
algumas derivações em outros países, com a Argélia.
Mas ao final dos anos 1970 e
início dos 1980 começou a declinar, devido a vários fatos não aleatórios, nem
endógenos. Em primeiro lugar, o governo egípcio de Anwar Sadat rompe a aliança
com os arabistas e com o mundo árabe em geral e "pacta" (ou melhor
dito, capitula) com Israel e os Estados Unidos.
Sendo o Egito o país árabe mais
populoso, com cerca de 30% da população total, foi um duro golpe que
enfraqueceu todos os nacionalistas árabes e seculares. Quase simultaneamente,
no ano 1979, em dois países não-árabes da região aconteceram dois fatos de
destaque. No Irã caiu a monarquia pró-ocidental de Mohammed Reza Pahlevi e foi
substituída por uma revolução islâmica xiita. Além disso, no Afeganistão
estabeleceu-se um governo socialista, que não pode manter-se sozinho e pediu
suporte soviético, que acabou ocupando aquele país, reavivando temores do tempo
dos impérios czaristas russos e seus semelhantes britânicos.
Para piorar a situação, em 1980,
um pais árabe muçulmano e secular, invade e começa uma sangrenta guerra contra
o Irã islâmico, que dura até 1988. Devido à capitulação do Egito de Anwar Sadat,
Israel se fortalece e mantém conflitos contínuos com os árabes, especialmente
com o Líbano que desde 1975 estava em uma guerra civil multifatorial (sectária,
política, econômica, de interesses estrangeiros, etc.) onde estavam os comandos
dos palestinos exilados. Israel invadiu em 1982 e ocupou Beirute, expulsando
Iasser Arafat, que teve que retirar suas tropas ao Iêmen e Tunísia.
Com todos esses solavancos e
conflitos simultâneos, combinados com interesses estrangeiros (estamos quase
ignorando o fato de que um grupo de países árabes se tornou rico graças a seus
recursos petrolíferos), começa a emergir um revisionismo interno, ao mesmo
tempo em que há “mãozinhas” empurrando esta alternativa: um novo islamismo
substituiria o arabismo.
O arabismo tinha se aproximado
muito da União Soviética, conhecida por ser um estado ateu e antirreligioso,
assim praticamente desde o seu início na década de 1920, o Islã foi promovido
pelos países ocidentais para enfrentar esta força inimiga de religião, e é
assim como a Irmandade Muçulmana emergiu da mão dos britânicos.
E, com a invasão do Afeganistão,
a URSS estava agora sendo vendida como anti-muçulmana, tanto que nem poderiam
defende-la muito abertamente seus aliados (Síria, Iêmen do Sul, Líbia, Argélia,
etc.). Antes disso, em 1977 houve a guerra entre a Etiópia e a Somália, onde a
URSS apoiou à cristã Etiópia contra a muçulmana Somália, embora a razão para o
confronto não teve nada a ver com religião.
Mas foi a guerra no Afeganistão,
que desgastou a URSS, cujo fim foi se acelerando, e que também alimentou
maciçamente o novo islamismo. A citada invasão israelense ao Líbano, somada às
suas conquistas de 1967, demonstraram a nova debilidade do nacionalismo árabe,
que não esteve a altura para conseguir frear estes eventos.
Assim chegamos à massa crítica
que começou a promover o novo islamismo como alternativa para substituir o
nacionalismo árabe, e mais do que isso, o novo islamismo foi desenhado a
medida.
Para ter sucesso, devia ter o
apoio econômico e ideológico de um país que fosse amigo próximo dos EUA, e esse
papel foi atribuído a Arábia Saudita e às monarquias que lidera. Além disso,
devia ser anticomunista e encorajar seus membros a ir para a guerra, e assim
começou a recrutar milicianos para lutar no Afeganistão.
Mas este neo-islamismo não era só
anticomunista, mas devia enfrentar o outro poder islâmico, o Irã, por isso
também deveria ser anti-xiita. Para não ser um verdadeiro perigo para Israel ou
para ocidente, suas prioridades deviam ser as de reformar e limpar o Islã desde
dentro, deixando para algum futuro (que chegaria em algum momento não
especificado e, certamente, muito distante no futuro) um confronto real maior
com cristãos infiéis e judeus, pelo que estes podem estar tranquilos por
séculos (de acordo com os planos dos seus idealizadores).
Seus aliados naturais, "por
acaso" são todos países sunitas e aliados de ocidente, como a Turquia,
Egito, Arábia Saudita, Marrocos, etc. Mas, para enfrentar a URSS tinham que se
instalar em um país vizinho do Afeganistão, e para isso foi escolhido o
Paquistão, um país populoso, pobre, relativamente atrasado e fortemente
militarista para poder manter o equilíbrio com a Índia, e com muitas
deficiências educacionais.
Então, foi infiltrado pela
ideologia deste neo-islamismo, e seu governo, um aliado do Ocidente, concordou
com isso já que iria receber uma renda adicional que tanta falta lhe faz, e com
tantas escolas religiosas (madrassas) o resultado esta hoje em dia à vista.
Voltando ao mundo árabe, nos
países seculares o novo islamismo foi ganhando terreno nas bases sociais,
porque o nacionalismo estava enfraquecido, o socialismo tinha desaparecido, e a
religião foi a escolha, mas caindo num islamismo político militante.
Já na década de 1990, a Argélia
foi o palco de uma guerra civil promovida por aqueles que tinham lutado no
Afeganistão, de onde retornaram após acabar o conflito. Custou muitas vidas,
mas naquele momento o secularismo do governo foi apoiado pela França de
François Mitterrand e Jacques Chirac.
Em outros países, foi-se cedendo
às exigências dos islamitas, como no Egito e o Sudão, entre outros, onde se
implantou a Sharia islâmica (de acordo com a sua interpretação, é claro) sobre
as leis civis apesar de a presença de significativas minorias religiosas. A
Jamahiriya Líbia migrou do enfraquecido arabismo ao "africanismo".
Na Palestina ocupada ganharam
impulso grupos islâmicos como o Hamas e a Jihad Islâmica, mas por um longo
tempo eles foram vistos mais como um tipo de nacionalismo com bandeira
religiosa. É importante destacar que ambos os grupos foram promovidos por
Israel para enfraquecer desde as bases grupos palestinos nacionalistas,
seculares ou de esquerda (como El Fatah, FPLP, etc.).
Em 2011, decidiu-se dar o golpe
de misericórdia. Caem rapidamente dois governos muito amigos dos ocidentais,
laicos na cúpula, mas muito corruptos e sem uma ideologia muito definida ao não
ser seu entreguismo aos interesses ocidentais. E as forças que emergem são os
neo-islâmicos da tendência estabelecida nos anos 1980 na égide wahhabi.
Na Líbia tentaram uma conspiração
que não teve o suficiente apoio popular, assim que a Otan e as monarquias
árabes aliadas tiveram de intervir com todo seu poderio militar para derrubar o
governo de Muammar Al Khadafi, deixando um caos cujas águas ainda não se
acalmam e instaurando um regime de terror.
Fortaleceram-se os grupos
radicais no Iêmen, e se dividiu o Sudão, e o último bastião do nacionalismo
árabe, a Síria está sofrendo uma guerra declarada pela Arábia Saudita, Catar,
Turquia e o Ocidente, juntamente com seus aliados do fundamentalismo
neo-islâmico, incluindo Al-Qaida.
No entanto, a Síria recebeu
aberto apoio da Rússia, Irã e China, além da maioria da população, que embora
as diferenças internas, juntou-se com o governo para enfrentar esta guerra, com
o que se tem freado (pelo menos até agora) e com alto custo humano, mas uma
tentativa deste neo-islamismo de corte absolutista wahhabi feito sob medida
para Ocidente e Israel poder monopolizar todos os governos árabes.
Perspectivas e conclusões
“Os eventos ainda estão em pleno
andamento", para citar o famoso jornalista uruguaio-venezuelano Walter
Martínez, de modo que os resultados ainda não estão prontos.
Nesta parte do mundo confluem os
três continentes, e também contém as maiores reservas da matéria-prima mais
cobiçada no último século: o petróleo. Mas quais são os interesses das partes?
Aos países ocidentais, que não
trabalham para os seus próprios interesses, mas os de Israel, lhes interessa
manter os países árabes e islâmicos divididos para não fazer competência,
evocando o antigo provérbio de "divide e conquistarás" além do que
sempre o povo mais rico e mais avançado tecnologicamente domina o mais pobre e
atrasado tecnologicamente (para citar apenas um exemplo, o espanhol Hernán
Cortez conquistou o grande império asteca com apenas 200 homens).
O fanatismo religioso garante que
permaneçam tecnologicamente atrasados, a riqueza é distribuída de forma desigual,
e as fortunas de seus líderes e elites estão no Ocidente. E, para completar,
também favorece a xenofobia e o racismo ocidental, porque estando os habitantes
claramente diferenciados externamente, impede que um povo seja facilmente
aceito pelo outro. Mas em longo prazo, dada a pobreza que reinará
inexoravelmente aumentará a migração árabe para Europa e os problemas sociais
europeus aumentarão.
As potências alternativas Rússia,
Irã e China, apesar de suas características próprias, não têm outra saída a não
ser a de apostar no nacionalismo secular, atualmente representado pela Síria.
O que podemos antecipar é que, se
o governo sírio consegue se impor, o nacionalismo árabe pode ressurgir de mãos
dadas com a democracia a partir das bases dos países mais conservadores, de
modo que o conflito continuaria, mas agora com novos cenários. Mas se vencem os
islâmicos seria imposto pela força o fundamentalismo apoiado pelo Ocidente e
Israel, e ficaríamos mais perto de guerras em larga escala, especialmente contra
o Irã, Rússia e China.
Uma tecla foi pressionada, que
durante décadas tinham evitado usar, porque ao conspirar um país contra outro,
legitima-se que sua contraparte faça o mesmo e, numa região em que a maioria
dos governos tem problemas de aceitação social, e nenhum país tem homogeneidade
étnica, religiosa ou tribal é como abrir a "caixa de Pandora".
* Mestre em economia
Fonte: http://www.vermelho.org.br
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