A relação entre religião e felicidade


A «Felicidade» vai ser protagonista do Festival das Ciências que acontece em Roma, no Auditorium Parco della Musica, de 17 a 20 de janeiro.

No programa também um debate sobre: «Religião e medicina», com a intervenção de Gilberto Corbellini, professor de História da Medicina na Universidade de Roma «La Sapienza». 

Para os organizadores, como escrevem na apresentação, «com a chegada da medicina científica e o debate sobre o paternalismo médico no Ocidente, a religião é definida culturalmente como pertencente só ao íntimo do paciente e do médico. Este ponto de chagada foi também uma conquista civil. Mas é útil debater, também para entender como a religião se interesse das decisões implícitas na busca do bem estar físico, qual seja a natureza das relações entre medicina e religião». 

Estudos recentes apontam uma visão diferente. Por exemplo, a importante Associação Norte-Americana de Psicologia (Apa) reconhece o papel fundamental da religião e da espiritualidade para o bem-estar das pessoas.  Aspectos que na Itália são deixados de lado, ao ponto de levar o público em geral a pensar a religião como um resíduo arcaico do passado, confundindo também com a espiritualidade e as confissões religiosas.

Por «religião» se entende seja um  «conjunto doutrinal» seja as instituições e organização concreta numa região para atender à vida dos seguidores. «Espiritualidade» é um conceito mais amplo que interessa o indivíduo e sua relação com uma realidade que o transcende e tem a ver com o sentido da existência. 

Sabemos que muitos deixam de lado a religião, isto igrejas ou confissões concretas e se dedicam a uma busca, especificamente espiritual, que transcende um específico credo. Escreve Thomas Plante, conhecido  psicólogo clínico, professor na Universidade de Santa Clara, dos jesuítas da Califórnia, que os psicólogos, em particular, e o mundo médico, em geral, «foi antagonista da religião e da espiritualidade». Fenômeno do passado. E lembra que desde 1999 a Apa mudava suas linhas de orientação, reconhecendo «que a espiritualidade é condição necessária para uma psicologia da existência humana». 

Os estudos realizados nas últimas décadas demonstram, afinal, «que os que estão comprometidos e ativos em temas religiosos e espirituais levam uma vida mais saudável, são mais felizes, com comportamentos mais aptos e maior apoio social em relação daqueles que não o são».

Nas pessoas, acrescenta, uma atitude religiosa e/ou espiritual «é está unida a comportamentos positivos, por exemplo, menor predisposição a fumar, a beber, a atividades sexuais promíscuas, maior atenção com a alimentação». 

As práticas religiosas, destaca outra pesquisadora, Barbara Fredrickson, da Universidade do Michigan, transmitem emoções positivas, levam a se interessar pelos outros, a buscar ativamente o sentido da vida e a dar uma direção e uma finalidade aos próprios comportamentos, com efeitos positivos sobre o bem-estar da pessoa e da saúde.

«A religião, muitas vezes, é considerada uma interferência em relação à possibilidade de alcançar aquele bem-estar e aquela felicidades que novas tecnologias médicas prometem, ou seja, como um alerta ao limites da liberdade de escolhas individuais», escrevem os organizadores do debate romano, de 18 de janeiro no Auditorium. As pesquisas apontam que esta é uma visão míope!




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