A repercussão da morte do historiador Ubiratan Castro na Bahia


Está sendo velado desde as 14h da quinta-feira (3) o corpo do professor e historiador baiano Ubiratan Castro, diretor da Fundação Pedro Calmon, que morreu no início da manhã com quadro de infecção. A despedida acontece no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, em Salvador.

O governador da Bahia, Jaques Wagner, decretou luto de três dias pela memória de Ubiratan Castro, que estava internado desde o dia 30 de setembro. O professor e intelectual brasileiro deixa dois filhos, dois netos e a esposa, Maria da Glória. De acordo com a esposa, ele sofria de insuficiência renal.

A cerimônia de cremação será às 10h de sexta-feira (4), no cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. Antes, uma missa será celebrada às 8h, ainda no Palácio da Aclamação, pelo padre Lázaro Muniz, com a presença da Venerada Ordem do Rosário de Nossa Senhora dos Homens Pretos a Portas do Carmo, que tinha Ubiratan Castro como Irmão Professo.

Jaques Wagner, governador da Bahia: “Salvador e toda a Bahia perdem uma figura de grande importância para a cultura nacional. Ele nos deixa um legado inestimável de trabalho, dedicação e valorização da cultura baiana, tendo sido, também, um dos fundadores do Centro de Estudos Afro Orientais (CEAO), ligado à Universidade Federal da Bahia”.

 ACM Neto, prefeito de Salvador: “Profundo conhecedor da história da Bahia e do Brasil, Ubiratan Castro foi um intelectual e pensador que contribuiu para a formação de muitas gerações de estudantes. Suas pesquisas, artigos e livros sobre os afro-descendentes são uma referência para compreendermos os acontecimentos históricos que marcaram o Brasil e a Bahia”.

Consuelo Pondé de Sena, presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro: "Foi uma grande perda, Bira é extremamente inteligente, preparado, culto, um nome que se firmou na cultura brasileira como um dos baianos mais expressivos da atualidade. Uma figura de relevo dos mais destacados da Bahia nos nossos tempo. Muita saudade e muita falta".

Guilherme Bellintani, secretário municipal de Desenvolvimento, Turismo e Cultura: "O legado de sua obra e atuação permanecerá vivo como grande contribuição para os estudos da Diáspora Africana na Bahia e no Brasil e seus significativos reflexos para a sociedade".

Arisia Barro, professora: “Conheci Ubiratan Castro nos muitos encontros realizados em Brasília. Historiador e ativista dedicado a causa da promoção da igualdade racial , Ubiratan Castro deixa como legado uma contribuição imensurável para a história da Bahia e da negritude no Brasil. Que a espiritualidade o acolha. Vá em paz, companheiro e obrigada por tudo.”

Luiz Mott, antropólogo e historiador, fundador do Grupo Gay da Bahia: “Morre o professor e historiador baiano Ubiratan Castro. Grande perda,  inteligente, amigo. Bira Gordo, saudades!”

Lídice da Mata, senadora: “Acabei de receber a notícia da morte do professor e historiador Ubiratan Castro. A cultura da Bahia fica mais pobre hoje.”

Walter Pinheiro, senador: "Ubiratan Castro, nosso Bira: um marco na história da Bahia. Bira foi decisivo para a história da Bahia ser contata e continuar viva".

Hilton Coelho, vereador: "Tive a honra de ser aluno do querido Bira Gordo, como o chamávamos. Além de excelente professor, Ubiratan Castro dedicou sua vida à causa da promoção da igualdade racial. A Bahia e o Brasil estão mais pobres hoje. Que possamos manter firme sua luta em busca de uma sociedade igualitária e sem discriminações. Fica seu legado para a história da Bahia e da negritude no Brasil. Minha solidariedade irrestrita à família".

Emanuel Mirdad, organizador do Festa Literária Internacional de Cachoeira, no Facebook: "Grande Prof. Ubiratan Castro de Araújo, inesquecível, visionário, prosador, contador de causos, piadista, intelectual refinado que prezava o bem e o bom viver, que olhava firme em seus olhos e antes das palavras já sabia quem vc era e se o que pretendia merecia compreensão ou ajuda. Obrigado, meu amigo, luz e festa no paraíso; por aqui, gratidão e saudade!"

Biografia

Ubiratan Castro era doutor em História pela Université Paris IV-Sorbonne, mestre em história pela Université Paris X-Nanterre, licenciado em História pela Universidade Católica do Salvador e bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia. Era também membro da Academia de Letras da Bahia, onde ocupava a cadeira 33.

O professor foi presidente do Conselho para o Desenvolvimento das Comunidades Negras de Salvador e trabalhou de 2003 até 2006 com o ministro da Cultura, Gilberto Gil, dirigindo a Fundação Cultural Palmares.

O historiador pertencia ao quadro de professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Departamento de História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e foi um dos fundadores do Centro de Estudos Afro Orientais (Ceao). Atualmente, ele estava afastado da universidade para assumir o cargo de diretor da Fundação.

Ubiratan escreveu os livros: "A Guerra da Bahia", "Salvador Era Assim - Memórias da Cidade e Sete Histórias de Negro". Lançou em 2009, na cidade de Cachoeira o livro de contos "Histórias de Negro.




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