Dilma diz que "negar o Holocausto é repeti-lo" - Por Maria Carolina Marcello
A presidente Dilma Rousseff
afirmou nesta quarta-feira que o Holocausto, que vitimou cerca de 6 milhões de
judeus durante o período do regime nazista, não pode ser negado ou esquecido
sob pena de repeti-lo.
Dilma defendeu a verdade e a
memória como uma "arma contra a repetição da barbárie" durante
discurso na cerimônia do Dia Internacional em Memória das Vítimas do
Holocausto, organizada pela Confederação Israelita do Brasil em conjunto com as
embaixadas de Israel e da Polônia.
"O Holocausto também se
repete quando é negado. Quando ele é relativizado ou quando se tenta suavizar
sua narrativa. Negar o holocausto é repeti-lo. Uma agressão à memória não
apenas dos judeus, mas de toda a humanidade", disse a presidente durante a
cerimônia em Brasília.
"Para todos nós judeus e não
judeus, seres humanos de todas as etnias, religiões, aquele momento foi o mal
em seu estado mais agressivo, deliberado, metódico e sistemático. O chamado, o
pensado, mal absoluto", afirmou.
Dilma disse ter orgulho da
criação em seu governo da Comissão Nacional da Verdade, que pretende apurar
desrespeitos aos direitos humanos cometidos no Brasil entre 1946 e 1988,
período que inclui o regime militar (1964-1985).
A cerimônia estava originalmente
prevista para ocorrer no prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas foi
transferida para um hotel, após um laudo do Corpo de Bombeiros apontar que o
local anteriormente reservado não atendia plenamente às condições de segurança,
segundo o gabinete de Segurança Institucional da Presidência.
A vistoria ocorreu na terça-feira
e forçou a mudança repentina de local, na esteira do incêndio em uma boate de
Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que acendeu um sinal vermelho sobre as
condições de segurança de casas que abrigam eventos públicos.
A tragédia, ocorrida na madrugada
de domingo, matou 235 pessoas, a maioria asfixiada pela fumaça tóxica produzida
no incêndio e pela dificuldade de deixar o local, além de deixar 142 pessoas
feridas, ainda internadas em hospitais do Rio Grande do Sul.
Durante a cerimônia, o embaixador
de Israel no Brasil, Rafael Eldad, leu uma carta enviada pelo presidente
israelense, Shimon Peres, em que o mandatário se disse profundamente
"consternado" e "triste".
Peres manifestou condolências aos
familiares e desejou "completa e pronta" recuperação dos feridos.
Fonte: http://g1.globo.com
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