O fim do cristianismo na Europa? - Por Jarbas Aragão
Por força da lei, o exterior da
antiga igreja luterana Kapernaumkirche continua igual. Mas por dentro em breve
o espaço abrigará a mesquita do Centro Islâmico Al-Nour.
Foram gastos um milhão
de euros na reforma do templo, que exemplifica uma tendência cada vez mais
comum na Europa.
A associação Al-Nour, fundada em
1993, reúne a maior parte dos muçulmanos que moram em Hamburgo, Alemanha, berço
da Reforma Protestante. Os moradores da
área aceitaram sem problemas esta nova utilização do prédio. Os líderes da Igreja
Luterana dizem que tiveram de vender a igreja por problemas financeiros, já que
restavam apenas alguns fieis indo aos cultos.
O porta-voz da comunidade
muçulmana, Daniel Adbin, comemora que após 20 anos os muçulmanos da cidade
terão uma mesquita reconhecida. Até recentemente eles se reuniam em um prédio
comum, já que não podiam construir um templo.
Somente na Alemanha, mais de
oitocentos igrejas católicas e protestantes
foram fechadas desde o início da década de 1990. No entanto, este
fenômeno que é chamado de “Euroislãmização” tem se espalhado por todo o
continente.
Os representantes da Igreja
Católica na França há décadas alertam sobre as pessoas que estão abandonando a
fé cristã e, com isso, abrindo espaço para o crescimento do Islã.
Um estudo realizado pelo
Instituto Hudson em 2011 mostrou que na França
o Islã deverá ser a religião dominante em dez anos, deixando o domínio
católico para trás. Ao mesmo tempo, a
Holanda, onde surgiu a Igreja Reformada,
tinha mais de 4200 igrejas
cristãs em 2011. Estima-se que 1400 delas não existirão mais até 2020. Mais de
900 igrejas foram fechadas no país desde 1970. Muitas hoje abrigam mesquitas.
Segundo Silantiev Romano,
professor da Universidade Estatal de Moscovo e estudioso do Islã, esses dados
mostram uma tendência do cristianismo ser extinto na Europa como parte da
rápida mudança no mundo. Para o estudioso, essa é uma derrota real para o
Ocidente, que está perdendo inegavelmente espaço para o Islã, em um fenômeno de
“ocupação cultural”.
De acordo com Romano, a negação
dos valores cristãos europeus, mostra que em algumas décadas o Velho Continente
poderá estar dividido entre ateus (ou sem-religião) e os muçulmanos.
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