Protesto contra deputado Feliciano cancela culto evangélico em Ribeirão
Grupo realizou terceira
manifestação em frente à Assembleia de Deus. Assessoria do parlamentar não
descarta suspender cerimônia semanal.
Cerca de 100 pessoas realizaram
uma manifestação na noite desta segunda-feira (18) em frente à catedral da
Assembleia de Deus Avivamento da Fé, em Ribeirão Preto (SP), contra a eleição
do pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão
dos Direitos Humanos e de Minorias da Câmara em Brasília (DF). Esse foi o
terceiro protesto organizado pelo grupo na cidade, durante o culto evangélico
semanal realizado por Feliciano.
Na última sexta-feira (15), o
deputado já havia cancelado a participação no encontro por causa dos protestos.
Na noite de segunda, a cerimônia também foi suspensa. Um grupo de evangélicos
que não havia sido avisado, encontrou o templo fechado. A assessoria de
Feliciano informou que não descarta a hipótese de cancelar os próximos cultos,
sempre às segundas-feiras, quando o pastor grava seu programa de televisão.
"Eu consegui falar com eles
[os manifestantes], mas ficou difícil dialogar. Essa discussão não é religiosa,
é política. Eles estão ferindo o nosso direito religioso. Dessa vez, alguns
vieram mascarados, pixaram as portas da igreja, estamos com medo”, disse o
pastor e também assessor do deputado Feliciano, Wellington de Oliveira.
Protesto
Uma das participantes do
protesto, a estudante de psicologia Yasmin Alves Teixeira, confirmou que
"pessoas com interesses religiosos" se reuniram ao grupo durante a
manifestação. Yasmin disse , porém, que a maioria dos participantes são
estudantes universitários, ativistas sociais, integrantes do movimento LGBT e
simpatizantes.
"A gente não é contra
nenhuma religião. Muito pelo contrário, defendemos um Estado laico para que
todas as religiões possam se manifestar. A gente pretende continuar, enquanto
ele [Feliciano] estiver na presidência. Enquanto não escolherem alguém que a
gente considere apto para presidir a Comissão, vamos continuar
protestando", afirmou.
Polêmica
Feliciano é acusado de ser
racista e homofóbico após publicar declarações em seu Twitter, em 2011, sobre
africanos e homossexuais. "Sobre o continente africano repousa a maldição
do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome...
etc", escreveu o deputado na ocasião. Ele também havia publicado na rede
social que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao
crime e à rejeição".
O novo presidente da Comissão dos
Direitos Humanos é alvo de dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF): um
inquérito por homofobia e uma ação penal por estelionato. A defesa do
parlamentar nega as duas acusações.
Após os protestos que vem
sofrendo durante as aparições públicas, Feliciano divulgou em seu site uma nota
em repúdio a qualquer ato de violência. A assessoria do parlamentar afirmou
ainda que a agenda dele, atualizada diariamente em sua página na internet, não
será mais divulgada por precaução.
Fonte: http://g1.globo.com
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