ALPB homenageia integrantes das religiões de matriz africana na Paraíba
A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou
uma sessão especial, nesta quarta-feira (17), para homenagear as religiões de
matriz africana.
O evento, de autoria do deputado Frei Anastácio (PT), fez
parte das comemorações alusivas ao Dia Estadual das Religiões de Matriz
Africana, que acontece no dia 13 de abril.
A sessão, que teve como finalidade a reflexão sobre a importância da liberdade religiosa, foi prestigiada por diversas lideranças de diferentes bairros da Capital e animada pela musicalidade oriunda do som dos tambores.
O deputado Frei Anastácio, que presidiu a sessão, destacou a importância do respeito às diferenças e disse que apesar da evolução humana, ainda há bastante preconceito e discriminação no campo religioso.
“A intolerância ainda é muito
grande. O preconceito gera consequências, que vão desde agressões físicas e
morais, até a exclusão das liberdades individuais. Por tanto, ao fazer a
reflexão religiosa, faz-se a missão de vivermos e agirmos em comunhão”,
declarou o parlamentar.
Em seu discurso, o Frei ressaltou ainda a
dificuldade que os representantes das religiões de matriz africana, como o
candomblé, Vodu, Santería, entre outras, têm para exercer a crença.
“Entendo
que todos os dias é uma oportunidade que nasce para o encontro e reencontro dos
que buscam, na fé, nos deuses e deusas, a possibilidade de uma vida digna”,
concluiu.
A Doné Renilda Bezerra D’oxossi exaltou a crença exercida pelos seguidores das religiões de origem africana destacando que não existe a maldade entre os seguidores.
“Para nós não existem demônios, nem diabos, nem nada similar.
Demônios é criação do cristão. Não discriminamos pessoas por cor ou raça. Somos
uma religião plural, que vive de acordo com a natureza e que tem Deus. Não
promovemos discórdias e para nós todos devem ser respeitados”.
Já a mãe Lúcia D’omidewa falou dos problemas enfrentados para realizar cerimônias na cidade de João Pessoa. “Há muito preconceito, inclusive com o barulho dos atabaques, que faz com que muitas vezes as pessoas até chamem a polícia para acabar com as cerimônias”, disse.
Na ocasião, todos reivindicaram aos poderes públicos o incentivo para que as pessoas possam olhar para os seguidores como pessoas normais, que acreditam em Deus.
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