Silas Malafaia, Joaquim Barbosa e Marina Silva comentam polêmica em torno do pastor Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos – Por Dan Martins
A continuidade do deputado e pastor Marco Feliciano
na presidência da Comissão de Direitos Humanos continua causando polêmica e
dividindo opiniões.
A Folha de S.Paulo publicou em seu site um artigo, escrito
pelo pastor Silas, defendendo a legitimidade da eleição de Feliciano ao cargo,
ideia que é também defendida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Joaquim Barbosa.
Já a ex-ministra do meio ambiente, Marina Silva,
e o ator global Alexandre Nero se manifestaram contra Feliciano. Marina Silva
afirmou, inclusive, que o pastor é “despreparado” para exercer o cargo.
Em seu texto, Malafaia critica a postura adotada
pelos opositores de Marco Feliciano, e afirmou que “por trás dessa perseguição
que mobilizou a opinião pública e a imprensa, existe um sórdido jogo político
para esconder questões sérias”.
Toda essa mobilização tinha um motivo maior:
desviar os holofotes do PT. Afinal, enquanto se discutia a posse de Feliciano
na CDHM, dois deputados condenados pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento
do mensalão, João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), tornaram-se
membros da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, a mais importante
comissão da Câmara, afirmou o pastor, que defendeu também a legitimidade da
eleição do Feliciano à comissão.
Independentemente de concordar ou não com as
declarações de Feliciano, não posso esquecer que ele foi eleito pelo povo e que
tem o direito de expressar a sua opinião, sendo resguardado pelo inciso IV, do
artigo 5º da Constituição Federal, disse Malafaia, que ressaltou também a
garantia da constituição à liberdade religiosa.
Dentro desse Estado democrático de direito, onde
a maioria é cristã, a democracia só vale para a minoria?, questionou o pastor,
que afirmou ainda que os ativistas gays e seus defensores não suportam o
debate.
Malafaia destacou ainda que, mesmo discordando de
algumas posições de Feliciano, a opinião não pode ser encarada como um crime.
O crime de opinião já foi extinto de nosso país
com o fim da ditadura militar. Mas agora querem instaurar a ditadura gay, que,
além de perseguir as ideologias políticas, também combate as crenças religiosas,
finalizou Malafaia, que disse ainda que tais atitudes mostram que o PT estaria
“abrindo mão da comunidade evangélica nas próximas eleições.”
Para Joaquim Barbosa, tanto a eleição de Feliciano
como a oposição a ele são parte do pleno exercício da democracia.
O deputado Marco Feliciano foi eleito pelos seus
pares para assumir um determinado cargo dentro do Congresso Nacional, na
Câmara. Os deputados assim o fizeram porque está prevista regimentalmente essa
possibilidade. A sociedade tem também o direito de se exprimir, como vem se
exprimindo, contrariamente à presença dele neste cargo. Isso é democracia,
afirmou o presidente do STF, durante a aula magna de início de semestre que
proferiu na Universidade de Brasília.
Marina Silva comentou o caso durante um evento
organizado para divulgar as propostas do seu novo partido, a Rede
Sustentabilidade. Para Marina, que também é evangélica, o deputado Marco
Feliciano (PSC-SP) não é preparado para presidir a Comissão.
O pastor Feliciano jamais poderia assumir a
Comissão de Direitos Humanos. Ele é despreparado e não tem os princípios
básicos que essa comissão precisa. Ele não tem condições mesmo, explicou
Marina, que de acordo com a CBN disse ainda que para alguém ser presidente de
uma comissão de direitos humanos, essa pessoa deveria ter uma cultura e um
histórico na defesa dos direitos humanos, o que ela alega não ser o caso de
Feliciano.
Nas redes sociais, o ator Alexandre Nero publicou
uma mensagem afirmando “Sou ator. Represento o Feliciano, mas o Feliciano não
me representa” e, após receber uma reação negativa de uma fã, que afirmava que
a intenção de Feliciano era proteger a família tradicional, chamou a jovem de
homofóbica, por ser contra entre pessoas do mesmo sexo.
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