Professores da ESPM-SP discutem religião e ateísmo – Por Maria Eugênia Ferber

O Centro Acadêmico 4 de Dezembro, que representa os estudantes de comunicação e design da ESPM-SP, promoveu, no último dia 7 de maio, debate sobre religião e ateísmo no campus da instituição, na Vila Mariana. 

O encontro reuniu os professores da ESPM-SP Eduardo Oyakawa, de  Filosofia, Sociologia da Religião e Lógica da Argumentação,Eduardo Benzatti, de Antropologia e Sociologia, Pedro Calabrez, de Filosofia, Psicologia e Neurociências Aplicadas, Mário René Schweriner, coordenador do Núcleo de Estudos em Ciências do Consumo Aplicadas e Chefe do Departamento de Humanas da Graduação e Tiago Andrade, de Sociologia e Antropologia e auxiliar na coordenação do departamento de Humanas.

O intuito da troca de ideias, segundo os participantes, não era o de formar a cabeça do público, e sim de trazer à tona questões relevantes para discutir o tema em profundidade.  

A questão da existência ou inexistência de Deus foi a primeira a ser lançada; em resposta, Calabrez afirmou que “não há como aceitar respostas prontas.”  Outros pontos debatidos foram o estigma negativo da não religiosidade, a necessidade da fé, o comportamento do Estado laico, a ética e o preconceito religioso.

Schweriner questionou sobre as infinitas concepções de Deus, caracterizando as diferenças entre as religiões ocidentais e ocidentais, e apontou que falar sobre o divino vai muito além de se ser religioso ou ateu.

Sobre o embate entre ciência e religião, Schweriner advertiu que há situações que não puderam, até hoje, ser plenamente explicadas ou contestadas por ambas, como a origem e o fim da vida, a eutanásia, o coma, o aborto, as experiências de quase-morte e os milagres.  “Deus é algo absolutamente pessoal, é crença, é fé, é fazer-sentido”, afirmou ele.

O crescimento do número de ateus e agnósticos, segundo a visão de Oyakawa, se deve à “faceta narcisista” da sociedade atual, que desacredita no deus repressor das religiões e o substitui pelo ego dos homens.

“Discutir religião e ateísmo é fundamental porque caminhamos para o mundo tecnológico e individualista, em que, parece, a ciência tem ares de sacralidade. Atualmente, acreditamos muito mais em palavras do que em conceitos e reflexões, mas muitos dos nossos comportamentos pessoais ainda apresentam algo de sublime neles. Isso ocorre porque, na verdade, ainda buscamos um sentido para nossa existência”, declarou Oyakawa.





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