Brasil fica em penúltimo lugar em ranking global de qualidade de educação
O Brasil ficou em penúltimo lugar
em um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas
de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores.
A pesquisa foi encomendada à
consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa
que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países. Em primeiro lugar está a
Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.
Os 40 países foram divididos em
cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis
nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo:
Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste
asiático que figura na última posição.
Os resultados foram compilados a
partir de notas de testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e
2010. Além disso, critérios como a quantidade de alunos que ingressam na
universidade também foram empregados.
- Finlândia
- Coreia do Sul
- Hong Kong
- Japão
- Cingapura
- Grã-Bretanha
- Holanda
- Nova Zelândia
- Suíça
- Canadá
- Irlanda
- Dinamarca
- Austrália
- Polônia
- Alemanha
- Bélgica
- Estados Unidos
- Hungria
- Eslováquia
- Rússia
- Suécia
- República Tcheca
- Áustria
- Itália
- França
- Noruega
- Portugal
- Espanha
- Israel
- Bulgária
- Grécia
- Romênia
- Chile
- Turquia
- Argentina
- Colômbia
- Tailândia
- México
- Brasil
- Indonésia
Para Michael Barber,
consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista valorizam
seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação.
Ele diz que no passado muitos
países temiam os rankings internacionais de comparação e que alguns líderes se
preocupavam mais com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando de
lado a oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos resultados.
Dez anos atrás, no entanto,
quando pesquisas do tipo começaram a ser divulgadas sistematicamente, esta
cultura mudou, avalia Barber.
"A Alemanha, por exemplo, se
viu muito mais abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação
europeu] do que esperava. O resultado foi um profundo debate nacional sobre o
sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em
resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso
da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos".
No ranking da EIU-Person, por
exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em
6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca,
Austrália e Polônia.
Cultura e impactos econômicos
Tidas como "super
potências" da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e
na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e
Cingapura.
Alemanha, Estados Unidos e França
estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais
baixos.
O ranking é baseado em testes
efetuados em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada
três ou quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico
frente à realidade atual.
Mas o objetivo é fornecer uma
visão multidimensional do desempenho escolar nessas nações, e criar um banco de
dados que a Pearson chama de "Curva do Aprendizado".
Ao analisar os sistemas
educacionais bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são
importantes, mas não tanto quanto manter uma verdadeira "cultura"
nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um
todo.
Daí o alto desempenho das nações
asiáticas no ranking. Nesses países o estudo tem um
distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos
filhos são muito altas.
Comparando a Finlândia e a Coreia
do Sul, por exemplo, vê-se enormes diferenças entre os dois países, mas um
"valor moral" concedido à educação muito parecido. O relatório destaca ainda a
importância de empregar professores de alta qualidade, a necessidade de
encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários.
Há ainda menções às consequências
econômicas diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho,
sobretudo em uma economia globalizada baseada em habilidades profissionais.
Fonte: http://www.bbc.co.uk
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