Evangélicos estão menos vinculados às igrejas – Por Denise Menchen
O crescimento do número de
evangélicos no país foi acompanhado pela expansão dos fiéis que transitam por
mais de uma igreja ou que não têm vínculos com nenhuma instituição.
O fenômeno, observado por
pesquisadores da área, foi detectado também pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), que divulgou em junho dados do Censo 2010 sobre a
religiosidade dos brasileiros.
A pesquisa mostrou que, ao serem
questionadas sobre sua religião ou culto, 9,2 milhões de pessoas (4,8% da
população) responderam simplesmente ser evangélicas, sem citar nenhuma igreja
específica. Em 2000, foram pouco mais de um milhão.
Como os recenseadores não fazem
perguntas adicionais, não é possível saber se de fato todo esse contingente
frequenta mais de uma igreja, se frequenta só uma ou não frequenta nenhuma. "A oferta de igrejas
aumentou muito, e elas já não exigem aquela adesão irrestrita do passado",
diz Edin Sued Abumanssur, do Departamento de Ciências da Religião da PUC-SP.
O demógrafo José Eustáquio Diniz
Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, aponta ainda que,
atualmente, parte dos evangélicos já não frequenta nenhuma igreja. "Assim como há os católicos
não praticantes, hoje existem os evangélicos não praticantes", compara.
Para explicar o fenômeno, há
várias hipóteses: desde a decepção dos fieis com a igreja que frequentavam até
os custos elevados da vida religiosa, passando pelo aumento do individualismo e
pela busca por mais autonomia.
Ao mesmo tempo, tem se tornado
mais comum a tentativa de evangélicos de ocupar o espaço público. "É algo
relativamente recente, porque eles sempre foram minoria. Agora que estão tendo
mais expressão, querem obter mais visibilidade", diz Abumanssur.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
Comentários