Justiça impede pregão com uso de verba pública de R$ 7,8 mi na JMJ
MP entrou com ação para impedir
aplicação de recursos da prefeitura. Arquidiocese tem até 10h desta sexta (12) para listar imóveis para caução.
A desembargadora Regina Lucia
Passos determinou que os envelopes do pregão para a licitação de serviços de
atendimento médico na Jornada Mundial da Juventude, marcado para às 10h desta
sexta-feira (12), não sejam abertos. O Ministério Público havia ajuizado ação
civil requerendo a suspensão do processo licitatório para impedir que o
município do Rio usasse recursos públicos no evento.
O G1 entrou em contato com
a Arquidiocese do Rio de Janeiro, que ainda não se manifestou sobre o assunto.
A Prefeitura do Rio informou que as propostas de licitação encontram-se
lacradas.
"Conforme determinação do juiz de plantão na madrugada desta
sexta-feira, as propostas para a licitação foram recebidas nesta manhã e
encontram-se lacradas e guardadas com o pregoeiro. Neste momento, a sessão está
suspensa aguardando a decisão do desembargador a quem for atribuído o
julgamento do recurso impetrado pelo Ministério Pública", afirmou a
prefeitura.
A magistrada acolheu parcialmente
o pedido de liminar do MP e determinou ainda que até as 10h desta sexta, a
Arquidiocese do Rio apresente uma lista de imóveis para garantir a caução
exigida aos organizadores do evento, para que não haja prejuízo aos cofres
públicos. A caução é de cerca de R$ 8 milhões, valor aproximado aos contratos
previstos para o atendimento de saúde da JMJ.
De acordo com o MP, na ação, o
órgão questiona a razão pela qual o município assumiu arcar com os custos de R$
7,8 milhões para contratar serviços de atendimento médicos e ambulâncias. Ainda
segundo o órgão, já havia sido estabelecido no plano de contingência que esses
serviços seriam pagos pelos organizadores.
No despacho, a desembargadora
reforçou que “os serviços de saúde e segurança patrimonial complementares já
estavam sob responsabilidade e patrocínio pelo Instituto privado (Instituto
Jornada Mundial da Juventude), que, inclusive, efetuou pagamentos pelos
serviços de saúde que serão prestados nos locais do evento”.
Ainda na decisão, Regina Lucia
Passos questionou “a decisão de última hora” do município para realizar a
licitação.
“A bem da verdade, não há justificativas plausíveis para somente na
undécima hora o Município do Rio de Janeiro resolveu abrir
procedimento licitatório para contratar sociedades empresárias da área de saúde
como fito de prover os locais dos eventos com todas as estruturas de postos de
saúde, ambulância, pessoal qualificado e insumos, realizando o denominado
atendimento hospitalar prévio, na forma fixa ou móvel, que, sabidamente, a rede
pública municipal de saúde é carecedora de toda sorte de itens para o seu
mínimo funcionamento”, afirmou a desembargadora.
Fonte: http://g1.globo.com
Comentários