Coalisão evangélica nos EUA gastará US$ 400 mil com anúncios pró reforma migratória – Por Leonardo Ferreira
Na
tentativa de pressionar a favor de uma reforma migratória durante o recesso de
5 semanas do Congresso, líderes evangélicos estão novamente ocupando as ondas
do rádio, pelo valor de US$ 400 mil.
O Painel Evangélico de Imigração, uma coalizão formada por grupos religiosos, anunciou na terça-feira (20) que
divulgará anúncios a favor da reforma migratória em programas de rádio
evangélicos em 56 distritos do congresso distribuídos em 14 estados.
O
período reservado de duas semanas, que inclui as vozes de líderes religiosos de
influência local e nacional, acontecerá graças a verba de US$ 400 mil, a maior
já arrecadada de apoio à proposta migratória, que visa a legalização de milhões
de imigrantes indocumentados.
“Durante
o recesso de agosto, os membros do Congresso, incluindo republicanos de
destaque, continuam a ouvir dos evangélicos em seu distrito que a reforma
migratória é necessária e urgente”, disse Barrett Duke, da Comissão de
Liberdade Religiosa & Ética Batista do Sul. “Eles retornarão a Washington-DC
sabendo que eles têm apoio em casa por agirem em prol da reforma”.
Evangélicos
envolvidos na ação citam os ensinamentos de Jesus como a base de seu apoio à
reforma migratória. Entretanto, existe uma razão prático para o apoio, pois
inúmeras congregações estão aumentando cada vez mais por imigrantes, legais e
indocumentados, o que afeta diretamente as regras do sistema atual e as
consequências draconianas para aqueles que se encontram em situação migratória
irregular.
“Isso
não é hipotético ou sequer político”, disse Mike McClenahan, pastor em Solana
Beach (CA). “Isso é pessoal porque há tantas crianças em nossa comunidade que
vivem com o medo que seus pais sejam deportados”.
Os
organizadores adiantaram que os anúncios serão transmitidos em distritos
republicanos em Atlanta, Arkansas, Califórnia, Colorado, Flórida, Geórgia,
Illinois, Louisiana, Missouri, Oklahoma, Carolina do Norte, Carolina do Sul,
Texas e Wisconsin.
Duke
frisou que os 56 membros visados pela coalizão são membros principais dos
comitê da Câmara dos Deputados que não irão apoiar a votação de emendas
separadas com relação à proposta migratória, quando o Congresso retornar do
recesso em setembro.
O
Senado aprovou um projeto de lei em junho, entretanto, os líderes da Câmara se
recusaram a votar na proposta, ao invés disso, decidindo analisar a abordagem
passo a passo que focalize na segurança das fronteiras, cumprimento das leis e
verificação do status de trabalhadores.
O
representante republicano Bob Goodlatte, da Virgínia, chefe do Comitê Judiciário
da Câmara, reiterou na segunda-feira (19) que os líderes não votarão na
proposta aprovada pelo Senado e que o seu painel não apoiara a “possibilidade
de legalização” para aqueles que, por ventura, entraram clandestinamente no
país. Ele sugeriu que os indocumentados poderiam regular o seu status, mas
somente aplicar para a cidadania através de canais já existentes, como relações
familiares ou trabalhistas.
Duke
sugeriu na terça-feira (20) que os detalhes sobre como os imigrantes
conquistarão a cidadania é menos importante para a coalizão evangélica que a
oportunidade para aqueles que se encontram irregularmente no país
“conquistarem” a cidadania como qualquer outra pessoa.
“Nós
não estamos pedindo uma rota especial para a cidadania”, disse ele. “Nós não
estamos pedindo a cidadania automática. O que simplesmente pedimos é que
aqueles que qualificarem da mesma forma que qualquer outra pessoa possa entrar
na fila e fiquem atrás das pessoas que já aplicaram”.
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