Folha visita museus da cidade de SP e avalia questões como estrutura e organização – Por Camila Caron
A maior parte dos museus de
São Paulo está despreparada para receber e guiar grupos em visitas espontâneas.
Quem deseja orientação para conhecer o acervo das instituições precisa fazer o
agendamento.
A reportagem visitou 11 museus
observando esse item e ainda acessibilidade, presença de informações sobre
obras com ou sem traduções, serviços interativos, presença de loja e café,
atrações para crianças e condição dos banheiros. A situação de cada um foi
avaliada de acordo com o que encontrou a reportagem no dia da visita.
Uma pesquisa realizada pela
Embratur com 453 turistas estrangeiros nas cidades-sede da Copa das
Confederações, em junho, apontou que cerca de 40% deles procuraram por museus,
exposições e casas de cultura. Embora São Paulo não tenha recebido jogos, o
número pode refletir uma tendência para a metrópole na Copa.
Segundo o presidente do Ibram
(Instituto Brasileiro de Museus), Ângelo Oswaldo de Araujo Santos, o instituto
investirá nos museus brasileiros vinculados a ele R$ 20 milhões vindos da
Petrobrás e mais R$ 134 milhões vindos do governo federal, com vistas à Copa. Em São Paulo, o Lasar Segall
receberá verbas para a restauração da biblioteca.
Embora a estrutura dos museus da
cidade seja boa, a oferta de visitas monitoradas deixa a desejar. Em
instituições como MAM (Museu de Arte Moderna), MAC (Museu de Arte Contemporânea)
e Oca é preciso agendar para garantir o passeio orientado.
"O número de monitores está
sendo ampliado a partir da experiência que estamos tendo" diz Tadeu
Chiarelli, diretor do MAC, museu que conta com seis educadores.
"Não existe necessidade de
um mediador o tempo todo para dar explicação; com as visitas programadas, temos
um trabalho mais rico", afirma Paula Selli, do área educativa do Lasar
Segall, que só oferece monitor em caso de agendamento.
No MIS, nem todas as obras
apresentavam etiquetas com sua descrição no dia da visita da reportagem. No MIS (Museu da Imagem e do
Som), há sempre um ou dois educadores disponíveis para o público espontâneo.
Quem vai ao Masp (Museu de Arte
de São Paulo) pode ter acompanhamento mediante o pagamento de R$ 10, valor que
inclui o ingresso. Na visita da Folha ao MuBE (Museu Brasileiro da
Escultura), a equipe apresentou, sem agendamento prévio, as obras em exposição.
Museus de São Paulo
Se museus como o da Língua
Portuguesa e o do Futebol, ambos administrados pelo Instituto de Arte do
Futebol Brasileiro, dispõem de recursos como monitores interativos com textos
e vídeos e sensores de movimento, outros espaços, como a Oca, ainda são tímidos
em tecnologia, o que se nota nas projeções realizadas na casa.
Entre os museus visitados, a
maioria tem estrutura para receber deficientes físicos. A Capela do Morumbi, porém, tem
somente uma escada para o acesso, sem rampa ou elevador, e calçadas estreitas,
o que impossibilita a visita de cadeirantes.
De acordo com a diretoria do
museu, há um projeto de acessibilidade para o local, mas por se tratar de um
edifício histórico, a reforma encontra obstáculos. Independentemente da realização
de eventos internacionais, Nascimento afirma que para o desenvolvimento dos
museus, é necessário haver um investimento permanente nesses espaços.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
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