Jihadistas islâmicos conquistam cidade controlada pelos rebeldes
Pela primeira vez em dois anos de
guerra civil na Síria, um grupo de jihadistas próximos da Al Qaeda tomou o
controle de uma cidade que estava em poder dos rebeldes.
A localidade de
Azaz, perto de Alepo, fica a cinco quilômetros da fronteira com a Turquia. A
coalizão nacional de oposição condenou a tentativa dos jihadistas de impor um
estado islâmico na região, considerando o ataque "uma violação da
soberania síria".
Os jihadistas do grupo Estado
Islâmico do Iraque e do Levante conquistaram a cidade de Azaz, em um ataque
fulminante nesta quarta-feira contra o Exército Sírio Livre, o braço armado da
coalizão de oposição ao regime.
Os habitantes de Azaz, que fica a apenas cinco
quilômetros da fronteira com a Turquia, ficaram revoltados assim como os
rebeldes, que acusam o grupo jihadista de trair a luta contra contra o regime
para fortalecer sua influência na região.
A ong Observatório Sírio dos
Direitos Humanos, baseada em Londres, que dispõe de uma rede de informantes na
Síria, informou esta manhã que um terceiro grupo armado de Alepo teria
negociado uma trégua entre os rebeldes e os jihadistas.
Em um comunicado, a coalizão
nacional de oposição, composta por grupos de várias tendências, condenou os
extremistas que tentam "instalar um estado islâmico na Síria, violando a
soberania nacional".
O comunicado da oposição afirma ainda que "o
povo sírio é inclinado à moderação a ao respeito das religiões, defende o
pluralismo político e rejeita o extremismo, que promove crimes contra
muçulmanos e não muçulmanos".
Temendo incidentes, a Turquia
fechou sua fronteira com a Síria. O governo turco está preocupado com
o papel cada vez mais proeminente dos extremistas islâmicos na guerra síria.
No plano diplomático, o Conselho
de Segurança da ONU ainda não chegou a um acordo sobre uma resolução que
obrigue o presidente Bashar al-Assad a cumprir a promessa de desmantelamento de
seu arsenal químico. Estados Unidos, França e Grã-Bretanha querem um texto
dissuasivo, mas a Rússia rejeita qualquer menção de uso da força contra o regime
de Damasco.
O secretário de Estado americano, John Kerry, exortou nesta
quarta-feira o Conselho a superar o impasse e adotar uma resolução na semana
que vem.
Fonte: http://www.portugues.rfi.fr
Comentários