Budistas celebram a morte como renascimento – Por Mariana Noronha
Diferente de algumas religiões,
como o cristianismo que acredita que a morte é o fim de tudo, no budismo do
Buda original Nitiren Daishonin a morte não existe, é apenas o renascimento.
No
Dia de Finados os membros da crença realizam uma cerimônia de falecimento, onde
mentalizam boas energias para amenizar os carmas da próxima existência de quem
já se foi.
No evento, primeiramente é
realizado a leitura do Sutra de Lotus, o Gongyo, depois recitam o mantra
“Nam-myoho-rengue-kyo”, um tipo de concentração para ficar em conexão com o
universo. E enquanto isso, cada membro realiza uma oferenda.
De acordo com Idaleti Goularte,
membro do grupo de budismo de Criciúma, todos os dias os budistas realizam
orações e oferecimentos aos entes que já faleceram.
“No dia de finados
realizamos uma cerimônia milenar, em que as orações são mais voltadas aos
falecidos. Nós fazemos a queima de incensos, para simbolizar, e enquanto
recitamos o nosso mantra, cada membro pega um pouco das cinzas e mentaliza o
falecido oferecendo energias boas”, explica.
Segundo a budista Fernanda
Mascarello, a morte para eles é uma página de um livro sem fim. “Muitas
religiões acreditam que a morte é um livro e quando ele é lido é fechado e
pronto. Já para o budismo é como se cada existência fosse apenas uma página de
um ciclo. Sendo a morte um período de sono profundo, por isso nesta condição, estamos
em um estado de não substancialidade. Já na vida nós podemos e assim podemos
orar para amenizar os carmas ruins tanto de quem está vivo, como de quem está “morto””,
conclui.
Flores e velas também são
oferendas
Mesmo sendo de uma religião
diferente, o significado das oferendas tradicionais como os crisântemos e luz
das velas, que simbolizam força e luz, ou outros objetos simbólicos, também são
credos dos budistas.
Conforme Jocemara Bitencout,
membro da religião, quando o Buda original Nitiren Daishonin foi exilado, mesmo
vivo, seus seguidores também lhe faziam oferecimentos. E assim a prática se
estendeu aos mortos.
“Não deixa de ser uma oferenda de energias boas. Os
budistas têm a opção de escolher se querem ser enterrados ou cremados quando
mortos e mesmo aqueles que são enterrados nós realizamos oferendas. Mas não
quer dizer que tenhamos que fazer isso somente no dia de finados”, explica.
Em Criciúma os membros da
religião se reúnem em uma sede, localizada no Bairro São Luiz, onde realizam
semanalmente reuniões e cerimônias.
Fonte: http://www.atribunanet.com
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