Papa remove cardeais em reorganização do banco do Vaticano
O papa Francisco promoveu nesta
quarta-feira uma reorganização no banco do Vaticano, instituição atingida por
escândalos, removendo quatro dos cinco cardeais que compõem um conselho de
supervisão, numa ruptura do status quo financeiro clerical deixado pelo seu
antecessor.
Essa foi a medida mais recente do
papa para colocar sob controle uma instituição que tem sido fonte de
constrangimentos para a Santa Sé e que ele prometeu reformar ou fechar. Os quatro cardeais foram
removidos depois de cumprirem apenas 11 meses dos seus mandatos de cinco anos
como comissários que começaram sob o papado de Bento 16, que renunciou em
fevereiro do ano passado.
As mudanças ocorreram à medida
que Francisco se aproxima de completar um ano como papa, um período marcado por
austeridade e sobriedade, destacado por sua decisão de trocar os aposentos
papais por um mais modesto.
A nova equipe inclui dois
cardeais, Christopher Collins, de Toronto, e Christoph Schoenborn, de Viena, de
dioceses relativamente ricas. Os dois lidam bastante com temas financeiros. Os outros são o arcebispo Pietro
Parolin, o novo secretário de Estado do Vaticano, que virará cardeal no mês que
vem, e Santos Abril y Castillo, espanhol baseado em Roma e amigo do papa.
O cardeal que permaneceu foi o
francês Jean-Louis Tauran. Entre os quatro não reconfirmados está o
ex-secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone. Analistas e autoridades da Igreja
o acusam pela supervisão falha que levou aos escândalos da época de Bento 16,
incluindo o vazamento de documentos pessoais do papa pelo mordomo.
Bertone tem defendido o seu
retrospecto se dizendo vítima de "acusações anônimas e rumores". O cardeal Domenico Calcagno
também foi removido. Ele comandava outro departamento financeiro, que sofre
auditoria externa. Magistrados italianos suspeitam de irregularidades
financeiras.
Francisco não descartou fechar o
banco, se ele não puder ser reformado. A comissão de cardeais monitora as
contas e aprova as estratégias do banco, além de agir como uma ligação entre o
papa e a superintendência da instituição.
Fonte: http://www.estadao.com.br
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