Entidade evangélica é condenada pela Justiça por “misturar política e religião” - Por Tiago Chagas
Uma prática comum no Brasil,
embora questionável, resultou na condenação de um grupo evangélico na Costa
Rica, por misturar religião e política.
A sentença prevê o pagamento de uma
multa por “danos e prejuízos”, pois pastores pediram a fiéis que votassem num
determinado candidato a presidente.
A Aliança Evangélica da Costa
Rica havia publicado, seis dias antes do primeiro turno das eleições no país,
uma nota de convocação aos fiéis para que estes votassem de acordo com os
valores e princípios cristãos.
O Supremo Tribunal Eleitoral
entendeu, no entanto, que o grupo “ultrapassou as faculdades que lhe outorga o
direito à liberdade de culto” e praticou um atentado à liberdade de
consciência. Segundo os magistrados, “é inadmissível” que se misture política e
religião no âmbito eleitoral.
O pedido da Aliança aos fiéis
claramente favorecia o candidato Johny Araya, do Partido de Libertação
Nacional, que havia se comprometido a não aprovar qualquer legislação que
permita o aborto ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Seu oponente, Luiz Guillermo
Solís, do Partido Ação Cidadã, é favorável à união civil de pessoas do mesmo
sexo, e disse ser favorável ao aborto apenas em situações específicas.
De acordo com a agência ALC, a Aliança
Evangélica reúne igrejas e organizações protestantes da Costa Rica. Num
encontro da Aliança, o candidato Johny Araya pediu voto e garantiu que
governaria o país “sob a guia de Deus”, defendendo valores cristãos.
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