Buda é lembrado no festival das flores - Por Dayse Regina Ferreira
Dia 8 de abril é dia em que os
japoneses reverenciam o nascimento de Sidarta Gautama.
O homem que
abandonou seu palácio para meditar, no século 6 antes de Cristo. Uma espécie de
São Francisco antes do tempo. Meditando, transformou-se em um ser iluminado. É
verdade que a data de nascimento do príncipe nepalês é incerta.
China, Tibete e Japão comemoram
três datas: o nascimento de Buda no dia 8 de abril, coincidindo com o Hana
Matsuri – Festival das Flores; a morte, no dia 15 de fevereiro; a iluminação,
no dia 8 de dezembro.
Índia, Ceilão e Nepal
reúnem as três datas em uma única homenagem, porque acreditam que Buda
nasceu, se iluminou e morreu em uma lua cheia de maio. Sidarta, príncipe dos
sakyas, abandonou riquezas, deixou mulher e filho, quando se deu conta das
misérias do nascimento, velhice, doença e morte que fazem parte dos seres
humanos comuns.
Tornou-se Iluminado (Buda) e
passou a professar que se a vida é sofrimento, a causa é o desejo. Mais tarde o
budismo se dividiu em escolas: no Japão, China e Tibete, a Mahayana; no Ceilão,
Tailândia e Nepal, a Hinayana. O ideal da Mahayana é o Salvador do Mundo
(Bodisattava), e da Hinayana, o Que Vive Solitário ( Arhant).
A mesma cerimônia do Hana Matsuri
que acontece no Japão, é também celebrada no Brasil, onde houver uma colônia
japonesa. A maior festa é a do bairro da Liberdade, em São Paulo que,
tradicionalmente, faz no segundo domingo de abril o desfile do elefante branco,
um símbolo da sabedoria, que é seguido por crianças em trajes típicos e monges
de várias seitas budistas. A estátua do elefante branco é colocada sobre
um palanquim, tendo logo acima um pagode cheio de flores, com a imagem do Buda
menino. Antigos instrumentos japoneses são usados para tocar a música
celestial.
O povo pode aspergir chá sobre o
Buda menino, fazendo pedidos de prosperidade e saúde. O templo zen do bairro
tem monges que orientam sessões de meditação durante o ano, para quem quiser
entender um pouco mais do misticismo e ensinamentos do budismo.
O nascimento de Buda é comemorado
neste mês de abril até pelos xintoístas, que seguem a religião anterior ao
budismo. Os templos ficam floridos, com perfume de incensos, e o colorido das
roupas típicas e desfiles de monges e fiéis é atração extra.
Durante as cerimônicas do Hana
Matsuri (Festival das Flores), as imagens do Acordado, o Tatagata, são
ornamentadas e perfumadas com amacha (chá doce). No Japão os principais templos
de Kyoto e Nara, que se destacam pelos belos jardins da tranquilidade, abrem
as portas para receber fiéis e admiradores. O budismo japonês, Mahayana, tem
no bodhisattva, aquele que renúncia à sua felicidade para salvar o mundo, o seu
maior ideal.
O Japão desenvolveu formas próprias
de budismo, como as seitas shoto e rinzai do zen-budismo, enfatizando a
meditação e a disciplina pessoal mais do que rituais religiosos e orações. O
Ocidente recebeu grande influência do zen budismo durante os anos 60,
principalmente na Califórnia, convertendo hippies e intelectuais, que
propagaram a religião para o mundo.
Vários mosteiros hospedam
visitantes em qualquer época do ano, para que possam experimentar, por alguns
dias, o que seja a rotina dos monges, praticando a meditação zazen (sentada) e
a kinhin (andando). A alimentação, claro, é vegetariana. Os mais dedicados e
com sorte, obtém o satori (iluminação), quando cessam os pensamentos. Não
custa tentar. E a hora é agora.
Fonte: http://www.bemparana.com.br
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