Igreja no centro de São Paulo é tradicional reduto de imigrantes - Por Renan Truffi
Antes de abrigar os haitianos que
se refugiam na capital paulista, o templo abriu as portas para coreanos,
chilenos, peruanos, bolivianos e, mais recentemente, africanos.
Não é de hoje que a Igreja Nossa
Senhora da Paz, na Baixada do Glicério, centro de São Paulo, se destaca por
acolher as diferentes comunidades de imigrantes que vêm para o Brasil. Antes de
ser a principal referência para os haitianos que se refugiam na capital
paulista, o templo ficou conhecido por abrir as portas para, coreanos,
chilenos, peruanos, bolivianos e, mais recentemente, africanos.
"Já
passaram por aqui mais de 70 nacionalidades”, explica o padre italiano Paolo
Parise, diretor do Centro de Estudos Migratórios (CEM) da Missão Paz, como é
conhecido todo o complexo ligado à igreja.
Essa característica nasceu
quando, nos anos 1930, o local se tornou um dos principais pontos de encontro
da comunidade italiana em São Paulo. Na época, padres do Norte da Itália
acompanhavam os conterrâneos em atividades pelo bairro. Este vocação acabou
passando para os sacerdotes que servem até hoje no templo, como anuncia o site
da entidade.
“A Missão Paz de São Paulo acolhe os migrantes, imigrantes e
refugiados, entendendo suas histórias, respeitando suas identidades e
celebrando, com alegria, a interculturalidade presente”.
Foram três imigrantes italianos,
inclusive, que projetaram e construíram, com a ajuda de famílias tradicionais
de São Paulo, as estruturas da Missão Paz. Por conta disso, hoje, os conjuntos
desenvolvidos pelo pintor Fulvio Pennacchi, escultor Galileo Emendabili e
arquiteto Leopoldo Pettini estão em processo de tombamento. Mas é a obra de
Pennacchi, composta por pinturas e esculturas, a mais cultuada.
Nascido na Toscana e emigrado em
São Paulo em 1929, Pennacchi se desenvolveu na área do desenho, da pintura, da
cerâmica e, principalmente, do afresco. Entre os vários afrescos do artista,
presentes na igreja, se destacam o que retrata o nascimento do menino Jesus e
um outro, com mais de seis metros de altura, que mostra Cristo crucificado.
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