Igreja lança campanha social para Copa do Mundo no Maracanã – Por Daniel Silveira
Violência, desarmamento, tráfico
de drogas e exploração sexual são tema. Evento da arquidiocese reuniu representantes de oito religiões no estádio.
O estádio do Maracanã, na Zona
Norte do Rio de Janeiro, recebeu uma benção especial no final da manhã desta segunda-feira
(19/05). Representantes de várias religiões se reuniram no estádio em um ato para
promoção da paz. O evento marcou o lançamento da campanha social, promovida
pela Pastoral do Esporte da Arquidiocese do Rio de Janeiro, para a Copa do Mundo de 2014:
"Por um mundo sem armas, drogas, violência e racismo".
O culto ecumênico foi conduzido
pelo padre Leandro Lenin, coordenador do Projeto 100 Dias de Paz. Durante a
celebração foi apresentada a canção: "Fé na Copa e ninguém pra
escanteio", que será executada nos eventos da arquidiocese antes, durante
e depois do mundial de futebol. A música destaca a importância da preservação
da vida.
Participaram do evento Dom Roque
Costa Souza, bispo auxiliar do Rio de Janeiro; a pastora evangélica Lusmarina Campos
Garcia; Sami Amed Isbelle, representante do islamismo; Carlos Alberto Ivanir
dos Santos; representante do candomblé; Maria de Fátima da Rocha Damas, da
umbanda; Gyoushu Tadokoro, representando o budismo; Matthias Tolsdorf, da
Igreja Luterana; e Dom Filadelfo Oliveira, bispo da Igreja Episcopal Anglicana
do Brasil.
Cada um dos líderes religiosos
enfatizou o empenho em promover a paz entre seus seguidores e, principalmente,
a comunhão de todos em prol do fim da violência e da intolerância religiosa.
Praticante da umbanda há 40 anos, Maria de Fátima afirmou que ainda sofre com a
intolerância. "Quando temos amor no coração e respeito pelo nosso irmão,
temos a paz presente", disse.
"O que leva ao racismo, ao
ódio, é a ignorância", afirmou Carlos Alberto Ivanir, do candomblé, que
destacou o delicado momento enfrentado pelas religiões de raízes africanas
depois que o juiz federal afirmou em decisão judicial que o candomblé e a
umbanda não são religiões.
A pastora Lusmarina fez questão
de expressar apoio e solidariedade aos seguidores das duas religiões africanas,
classificando como lamentável a postura do magistrado. "É preciso pararmos
com a propagação da raiva", disse.
"Hoje, com esse cenário que
é o Maracanã, nós temos a oportunidade de a sociedade civil e sua representação
através dessas religiões, da um pontapé mais marcante para aquilo que já vem
sendo esforço de muita gente, que é a luta pela paz", destacou o padre
Leandro Lenin.
O muçulmano Sami Amed, além de
fazer coro com os demais religiosos em defesa da paz e união dos povos, lembrou
que o momento era propício para pedir a Deus "para que esse título
[campeão da Copa do Mundo de 2014] fique em nossa casa".
Balões brancos foram soltos no
gramado do estádio por um grupo de crianças. Ao final do evento, todos os
religiosos se reuniram para posar para fotos segurando a bola oficial dos jogos
do mundial.
Fonte: http://g1.globo.com
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