China quer criar sua própria teologia cristã
A China quer criar sua própria teologia cristã, compatível com a cultura
chinesa e o socialismo, informou nesta quinta-feira um jornal estatal,
coincidindo com as tensões crescentes no país entre as comunidades cristãs e as
autoridades.
"A construção da teologia
cristã chinesa tem que se adaptar às condições nacionais e integrar a cultura
chinesa", explicou Wang Zuo'an, líder da Administração de Estado para os
Assuntos Religiosos, citado pelo jornal China Daily. Esta teologia ao estilo chinês
"tem que ser compatível com o caminho em direção ao socialismo" do
Partido Comunista, indicou este funcionário.
A China conta com entre 23 e 40
milhões de cristãos protestantes, que representam entre 1,7% e 2,9% da
população, segundo números divulgados em um seminário recente em Xangai e
publicados nesta quinta-feira por vários meios de comunicação. Cerca de 500.000 pessoas são
batizadas todos os anos nas comunidades protestantes chinesas, declarou o China
Daily.
"Nas últimas décadas, as
Igrejas protestantes chinesas se desenvolveram muito rapidamente, com a adoção
de políticas religiosas nacionais", comemorou Wang. As práticas religiosas na China
são muito controladas pelo Partido Comunista, oficialmente ateu, mas que teme a
emergência de contrapoderes. Os adeptos de diferentes cultos reconhecidos só
podem se reunir em locais devidamente aprovados.
As forças de segurança reprimem e
dissolvem com frequência as igrejas não autorizadas, que prosperaram fora das
organizações oficiais. Inclusive igrejas reconhecidas
sofrem às vezes a repressão do governo local: em abril, uma igreja protestante
em Wenzhou (leste) foi destruída por ordem das autoridades, provocando grande
comoção entre os fiéis.
Nesta cidade conhecida tanto pelo
dinamismo de seus empresários quanto por sua importante comunidade cristã, a
prefeitura considerou que o edifício, administrado por uma associação, era uma
construção ilegal de dimensões excessivas.
Os números divulgados nesta
quinta-feira pelo China Daily não incluem os católicos, que só podem se reunir
em igrejas certificadas e vigiadas dentro de paróquias que rejeitam a
autoridade do Vaticano e do Papa.
Paralelamente foi constituída uma
Igreja católica clandestina, leal à Santa Sé. Os especialistas estimam que a
China conta com ao menos 12 milhões de católicos, divididos entre as duas
Igrejas. Segundo números de 2013, 65
milhões de exemplares da Bíblia haviam sido impressos no total na China,
incluindo edições nos idiomas das minorias étnicas.
Fonte: http://www.em.com.br
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